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11/Nov/2021

Inflação ultrapassa o nível de 10% em 12 meses

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou outubro com alta de 1,25%, ante um avanço de 1,16% em setembro. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 8,24%. Em 12 meses, o resultado foi de 10,67%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve elevação de 1,16% em outubro, após um avanço de 1,20% em setembro. Como resultado, o índice acumulou uma elevação de 8,45% no ano. A taxa em 12 meses ficou em 11,08%. Em outubro de 2020, o INPC tinha sido de 0,89%. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários-mínimos e chefiadas por assalariados. A alta de 1,25% registrada pelo IPCA em outubro foi o maior resultado para o mês desde 2002, quando subiu 1,31%. Se considerados todos os meses, a inflação de outubro foi a mais elevada desde dezembro de 2020, quando ficou em 1,35%.

O resultado fez a taxa de inflação em 12 meses atingir o maior patamar desde janeiro de 2016, quando estava em 10,71%. Em outubro de 2020, o IPCA ficou em 0,86%. Como consequência, a taxa acumulada pelo IPCA em 12 meses acelerou de 10,25% em setembro para 10,67% em outubro, ante uma meta de 3,75% perseguida pelo Banco Central este ano. O IPCA está acima do teto da meta para este ano, que seria de 5,25%. Os gastos das famílias com transportes passaram de uma elevação de 1,82% em setembro para um aumento de 2,62% em outubro, um impacto de 0,55% sobre a taxa de 1,25% registrada pelo IPCA no último mês. A principal pressão foi dos combustíveis, que subiram 3,21%. A gasolina aumentou 3,10%, item de maior impacto individual sobre o índice do mês, 0,19%. A gasolina teve a sexta elevação consecutiva, acumulando altas de 38,29% no ano e de 42,72% em 12 meses. Em outubro, também ficaram mais caros o óleo diesel (5,77%), etanol (3,54%) e gás veicular (0,84%).

Os preços das passagens aéreas subiram 33,86% em outubro, com altas em todas as regiões pesquisadas: desde 8,10% em Rio Branco (AC) até 47,52% em Recife (PE). O item deu a segunda maior contribuição para a inflação, 0,15%. O transporte por aplicativo aumentou 19,85%. Os preços dos automóveis novos subiram 1,77%, enquanto os automóveis usados aumentaram 1,13%, acumulando elevação de 12,77% e 14,71% em 12 meses, respectivamente. O grupo Alimentação e bebidas saiu de uma elevação de 1,02% em setembro para um aumento de 1,17% em outubro. O grupo contribuiu com 0,24% para a taxa de 1,25% do IPCA no mês. A alimentação no domicílio acelerou o ritmo de alta de 1,19% em setembro para 1,32% em outubro. As famílias pagaram mais pelo tomate (26,01%) e pela batata-inglesa (16,01%), que contribuíram com impactos de 0,07% e 0,03%, respectivamente. Outros aumentos relevantes ocorreram no café moído (4,57%), frango em pedaços (4,34%), queijo (3,06%) e frango inteiro (2,80%).

Por outro lado, ficaram mais baratos o açaí (-8,64%), leite longa vida (-1,71%) e arroz (-1,42%). A alimentação fora do domicílio acelerou de 0,59% em setembro para 0,78% em outubro. O lanche fora de casa subiu 1,31%, enquanto a refeição aumentou 0,74%. As famílias brasileiras gastaram 1,04% a mais com habitação em outubro, uma contribuição de 0,17% para a taxa de 1,25% registrada em outubro. A energia elétrica subiu 1,16%. Em outubro, foi mantida a bandeira Escassez Hídrica, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. Houve reajustes em Goiânia (GO) e São Paulo (SP), enquanto o custo da conta de luz caiu em Brasília (DF) e Campo Grande (MS). O gás de botijão subiu 3,67%, a 17ª alta consecutiva, acumulando elevação de 44,77% desde junho de 2020. A taxa de água e esgoto aumentou 0,22%, em decorrência do reajuste nas tarifas em Vitória (ES).

O índice de difusão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mostra o percentual de itens com aumentos de preços, passou de 65% em setembro para 67% em outubro. A última vez em que a difusão ficou abaixo de 50%, ou seja, com menos da metade dos itens investigados com aumento de preços, foi em maio de 2020, quando foi de 43%. Lembrando que em maio de 2020 o contexto era completamente diferente, com queda muito forte do petróleo. A difusão de itens alimentícios saiu de 64% em setembro para 57% em outubro, enquanto a difusão de itens não alimentícios passou de 66% para 75%. No mês de outubro, houve alta de preços em todos os nove grupos que integram o IPCA. A taxa superou a do mês anterior em sete deles. As famílias gastaram mais com Alimentação e bebidas (1,17%), Habitação (1,04%), Artigos de residência (1,27%) Vestuário (1,80%), Transportes (2,62%), Despesas pessoais (0,75%), Comunicação (0,54%), Educação (0,06%) e Saúde e cuidados pessoais (0,39%). Em Vestuário, todos os itens pesquisados aumentaram, com destaque para as roupas femininas (2,26%), roupas infantis (2,01%), roupas masculinas (1,70%) e calçados e acessórios (1,44%).

No grupo Artigos de residência, as principais altas ocorreram nos preços de mobiliário (1,89%) e eletrodomésticos e equipamentos (1,54%). Os artigos de TV, som e informática (0,99%) subiram pelo nono mês seguido, contribuindo com 0,01% para o IPCA de outubro. Em outubro, houve alta de preços em todas as 16 regiões que integram o IPCA. O resultado mais brando foi o da região metropolitana de Belém - PA (0,64%), enquanto as maiores taxas ficaram com Vitória – ES (1,53%) e Goiânia – GO (1,53%). O IPCA acumulado em 12 meses já alcança dois dígitos, ou seja, chegou ou ultrapassou a marca de 10%, em 12 regiões: Vitória - ES (12,22%), Goiânia - GO (11,03%), Curitiba - PR (13,48%), Campo Grande - MS (11,41%), São Luís - MA (11,58%), Porto Alegre - RS (11,92%), Rio Branco - AC (11,94%), Fortaleza - CE (11,34%), Belo Horizonte - MG (10,46%), Recife -PE (10,29%), Salvador - BA (10,38%) e São Paulo - SP (10,22%). Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.