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09/Nov/2021

China corre risco de desaceleração de crescimento

A campanha agressiva da China para conter a atividade imobiliária especulativa pode desacelerar a taxa de crescimento do país nos próximos anos, mesmo que o pior cenário (uma grande correção do mercado habitacional com queda acentuada nos preços das residências) seja evitado. A atividade imobiliária é responsável por cerca de um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) chinês, consideravelmente mais do que nos Estados Unidos, e o comportamento especulativo tem apoiado o emprego e a arrecadação de receitas nas cidades há anos.

Sem um mercado imobiliário em expansão, é mais provável que a China registre um crescimento anual de cerca de 3% a 5% nos próximos anos, em vez da expansão de mais de 6% a que está acostumada. Segundo o Instituto Internacional de Finanças (IIF), uma campanha bem-sucedida para tornar a habitação mais acessível terá um custo, talvez colocando 5% a 6% do crescimento fora de alcance de forma duradoura. O IIF projeta que o PIB da China se expanda em uma média de 3% ou menos a cada ano de 2022 a 2031 à medida que sua economia amadurece, a renda per capita aumenta e o setor imobiliário desacelera.

Isso é inferior à taxa média de crescimento anual de 5% que a China precisa manter até 2025 para evitar a armadilha da renda média, um fenômeno no qual as economias em desenvolvimento entram em estagnação antes que a renda das pessoas alcance as economias mais avançadas. Segundo a Société Générale em Hong Kong, não há outro setor ou indústria que possa preencher a lacuna se o setor imobiliário não for mais um motor de crescimento. As autoridades chinesas há muito enfatizam a necessidade de um crescimento de maior qualidade proveniente do consumo doméstico, em oposição a investimentos em propriedades e infraestrutura.

Depois de anos de preços residenciais em rápida ascensão e dívidas em alta, as autoridades chinesas impuseram novas regras durante o ano passado com o objetivo de desacelerar o mercado e limitar quanto os desenvolvedores podem pedir emprestado para continuar expandindo. Essas medidas levaram a uma queda acentuada nas vendas e aumentaram as preocupações de uma possível desaceleração imobiliária severa. Muitos analistas dizem que a China tem muitas ferramentas para conter os danos.

No entanto, mesmo uma queda controlada na atividade imobiliária afetará muitas pessoas. Empresas privadas, como a incorporadora China Evergrande Group, empregam centenas de milhares de trabalhadores em todo o país, ao mesmo tempo que apoiam empresas de construção e outras empreiteiras. Quase 20% dos 285 milhões de trabalhadores migrantes da China ganharam renda de empregos relacionados à construção em 2020, mostram dados do Escritório Nacional de Estatísticas da China. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.