ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

05/Nov/2021

BNDES: recursos para financiamentos climáticos

O alto comando do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estará na próxima semana na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP-26), em Glasgow (Escócia), para apresentar a instituição de fomento brasileira como “canal mobilizador” de recursos para investimentos e financiamentos climáticos no Brasil. De 2015, quando foi assinado o Acordo de Paris, para cá, o apoio do BNDES para projetos de investimento nos setores de energia, florestas e mobilidade urbana evitaram a emissão de 52 milhões de toneladas de gases do efeito estufa, em dióxido de carbono equivalente (CO2e). Esse montante de gases equivale a 19 anos de emissões oriundas apenas dos carros que circulam por São Paulo. Ou às emissões totais de Paris ao longo de dez anos. A larga maioria das emissões evitadas se deram em investimentos em energia (48 milhões de toneladas de CO2e). Os projetos na área da mobilidade urbana e na preservação de florestas evitaram a emissão de 3,5 milhões de toneladas de CO2e e de 455 mil toneladas de CO2e.

Ao todo, o BNDES aprovou R$ 36,1 bilhões em operações diretas de crédito, de 2015 a 2020, para financiar os investimentos que evitaram esse montante de emissões de gases. A principal meta na conferência é mostrar que o BNDES é um canal mobilizador de recursos para investimentos e financiamentos climáticos no Brasil. A instituição de fomento tem conhecimento técnico e está próxima dos projetos de investimento, até porque o banco também estrutura concessões e parcerias público-privadas. Além disso, o BNDES atua também na mobilização de recursos e instrumentos financeiros com foco no financiamento de investimentos em desenvolvimento econômico sustentável. O banco também pode prover veículos financeiros para atrair esses recursos para o Brasil. O banco foi pioneiro na emissão de ‘green bonds’ (títulos verdes) em 2017. Depois, emitiu Letras Financeiras (LFs) verdes, em 2020. O BNDES também quer desenvolver o mercado de carbono no Brasil.

A participação do banco de fomento no Plano Nacional de Crescimento Verde (PNCV) procura aliar a redução de emissões de gases do efeito estufa com a preservação de florestas e o uso racional de recursos naturais. O Ministério da Economia anunciou uma estimativa de R$ 400 bilhões em linhas de crédito para esses projetos. Desse valor, R$ 120 bilhões serão em financiamentos do BNDES, previstos para os próximos cinco anos. Apenas os projetos de investimento em energia renovável deverão receber R$ 40 bilhões. Tradicional financiador do setor elétrico, o BNDES anunciou recentemente que não financiará mais projetos de usinas de geração termelétrica movidas a carvão, um dos mais poluentes combustíveis, vilão da emissão de gases do efeito estufa na atmosfera. O banco de fomento também tem tradição no financiamento de projetos de energia renovável, como a eólica, inclusive subsidiando, com juros mais baixos, os investimentos pioneiros, no início dos anos 2000. Hoje, a energia eólica já responde por fatia importante entre as fontes de geração de eletricidade do País, com competitividade econômica.

O BNDES pretende continuar sua atuação no fomento de novas tecnologias, mas, daqui por diante, os subsídios tendem a ficar mais no âmbito do Tesouro Nacional, previstos no Orçamento, e não nos juros oferecidos pelo banco. O banco reconhece a importância de investimentos privados e públicos no desenvolvimento inicial de tecnologias. A parte do setor público pode ser através de subsídios diretamente providos pelo governo. O BNDES tem desenvolvimentos que estão na fronteira, como o hidrogênio verde. Na área de preservação ambiental e dos mercados de crédito de carbono, é destaque o papel de “articulador” do banco. No lado da oferta, o BNDES trabalha atualmente na estruturação de projetos de concessão de florestas nacionais e de parques nacionais de conservação, que poderão ser geradores de créditos de carbono no futuro. No lado da demanda, o banco seguirá próximo de setores empresariais que buscam financiamento para seus investimentos e, ao mesmo tempo, precisarão compensar suas emissões de gases do efeito estufa e poderão fazer isso comprando créditos. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.