ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

04/Nov/2021

IPCA deverá ultrapassar IGP-M em maio de 2022

A inflação acumulada em 12 meses pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) pode superar o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) pela primeira vez em quatro anos em maio de 2022. A desaceleração dos preços de commodities, que levaram os dois índices a um descompasso recorde desde meados do ano passado, durante o qual o IGP-M chegou a superar a inflação ao consumidor em quase 30 pontos porcentuais - deve ser responsável pela inversão temporária das curvas. As medianas das projeções do Sistema de Expectativas de Mercado do Banco Central indicam que o IGP-M deve encerrar 2021 em 18,31% e arrefecer a 5,51% até maio do ano que vem, um decréscimo de 12,8%. Para o IPCA, as medianas mostram queda de 9,18% para 7,98% no período, ou 1,2%. Os números consideram as estimativas para os resultados mensais, portanto apresentam divergências em relação aos dados do relatório Focus para os anos fechados. A perspectiva é de desaceleração de ambos os índices.

Mas, a descompressão dos preços no atacado deve ocorrer em ritmo mais acelerado no primeiro semestre do ano que vem, devido ao arrefecimento das commodities e à alta base de comparação de 2021. O IPCA acumulado em 12 meses superou o IGP-M nesta base pela última vez em abril de 2018 (2,76% contra 1,89%). O Banco ABC Brasil calcula que o IPCA vai chegar ao fim de 2021 em 9,50% e deve desacelerar a 7,60% em maio do ano que vem, no acumulado de 12 meses. Neste período, o IGP-M deve arrefecer de 19,10% para 6,87%, já 0,73% abaixo da inflação ao consumidor. O arrefecimento dos preços de commodities e a base de comparação devem puxar a descompressão dos IGPs no primeiro semestre de 2022. É esperada uma desaceleração vinda dos preços de commodities agrícolas, em função da desaceleração da demanda da China, e não enxergamos uma pressão tão grande vinda dos preços do petróleo, que subiram muito em 2021.

No INCC, também esperamos uma desaceleração, em função da desaceleração da atividade doméstica e dos juros mais altos", explica o economista, que prevê Selic de 10,75% no fim do ciclo e crescimento de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do ano que vem. Maio é o principal candidato a palco da inversão das curvas dos índices devido à base de comparação. No quinto mês de 2021, o IGP-M subiu 4,10%, contra 0,83% do IPCA. "Em maio de 2022, o IPCA deve ter deflação, em função do fim da bandeira de eletricidade 'escassez hídrica', mas o efeito-base do IGP-M é muito grande. Nas minhas contas, o IGP-M deve subir 0,44% no mês e, por conta desse efeito-base relevante, ficar abaixo do IPCA na métrica de 12 meses. No fim de 2022, a previsão para o IPCA é de 4,70% e IGP-M de 7,0%. A LCA prevê alívio do IGP-M em 12 meses de 19,60% em dezembro para 6,70% em maio de 2022, devido ao arrefecimento das commodities.

Para o IPCA, a projeção indica arrefecimento de 9,70% para 8,70% no período. A descompressão do IGP-M vai ser mais rápida do que a do IPCA, em parte porque está no começo da cadeia produtiva. Se o Índice de Preços ao Produtor Amplo perde força, rebaixa antes a curva do IGP-M do que a do IPCA. A desaceleração do IPCA em 12 meses deve ficar para a segunda metade do ano, devido à dinâmica dos preços de serviços, que podem continuar em aceleração até meados do ano que vem, puxados pela vacinação e pela mudança do mix de consumo da população, e têm peso maior na inflação ao consumidor do que no IGP-M. Ao mesmo tempo, os preços administrados podem sustentar o IPCA em 12 meses em nível alto no primeiro semestre de 2022. Há aumentos importantes do diesel neste ano, que sinalizam um aumento importante do transporte público no ano que vem. Os produtos farmacêuticos também são reajustados em março, e a conta considera o IPCA em 12 meses, que vai ser muito elevado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.