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04/Nov/2021

COP26: fundo climático divide ricos e emergentes

Há menos de um mês, após reunião com parlamentares, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, afirmou que levaria à Cúpula do Clima (COP-26), em Glasgow, a cobrança de US$ 100 bilhões para financiar ações antidesmate. Ele se referia ao Fundo Verde, idealizado em 2009, em que as nações desenvolvidas assumiram um compromisso de ajudar os países em desenvolvimento a combater o aquecimento global. O fundo foi previsto para operar com o apoio da Organização das Nações Unidas e do Banco Mundial. O montante de US$ 100 bilhões deveria ter sido atingido em 2020, mas em 2019 ele ficou em torno de US$ 80 bilhões, com a maioria de recursos públicos, segundo os cálculos mais recentes da Organização para a para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE). O apelo por mais recursos para a conservação da Amazônia tem sido uma das bandeiras da gestão Jair Bolsonaro.

Na terça-feira (02/11), houve o anúncio de verbas de US$ 19,2 bilhões para a proteção das florestas, oferecidas por nações desenvolvidas, entre elas os Estados Unidos e o Reino Unido, e pelo setor privado, o que reforça o papel central do financiamento das ações nos debates desta COP. Ainda não está claro, porém, se esse dinheiro entra na conta do fundo anual. Alok Sharma, presidente da Cúpula do Clima, disse na semana passada que o montante completo poderia valer a partir de 2023. O enviado especial para o Clima dos Estados Unidos, John Kerry, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, fizeram uma previsão ainda mais otimista na COP, para o ano que vem. No caso dos Estados Unidos, relatório de outubro da World Resources Institute (WRI) apontou que o governo norte-americano contribui menos do que deveria: US$ 6,6 bilhões do que já é oferecido.

Os Estados Unidos deveriam contribuir com ao menos 40%, se fossem considerados o tamanho da economia, da população e histórico de emissões. Após quatro anos com o negacionista Donald Trump na Casa Branca, o atual presidente Joe Biden já pediu ao Congresso para elevar essa quantia para US$ 11,4 bilhões. O democrata quer recuperar o protagonismo do país na luta contra a crise climática. Mesmo que o desfecho seja positivo em Glasgow, o desenho final do programa só deve ser conhecido no pós-COP. Países em desenvolvimento reclamam que, até agora, os editais se assemelham mais a linhas de crédito do que transferências a fundo perdido. Segundo o Observatório do Clima, se ele não estiver pronto para ser negociado e de uma forma aceitável, corre o risco de paralisar as negociações.

Enquanto isso, outro fundo, o Amazônia, segue com US$ 2,9 bilhões parados em uma conta do governo federal. Em 2019, a gestão Jair Bolsonaro decidiu paralisar o financiamento de ações de proteção da floresta com esse dinheiro, doado pelos governos da Noruega e da Alemanha, sob o argumento de suspeitas de irregularidades. O relatório das investigações não foi apresentado. Bolsonaro chegou a atacar a Noruega, que questionava o aumento das taxas de desmatamento na Amazônia. Após os ataques, e apesar do fundo congelado e sem uso, o Brasil passou a condicionar em reuniões com outros líderes globais a proteção da Floresta Amazônica a receber recursos internacionais. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.