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04/Nov/2021

COP26: planos para acabar com desmate até 2030

Cem líderes mundiais reunidos na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26) lançaram planos para acabar com o desmatamento em 2030 e reduzir as emissões de metano, buscando dar impulso a negociações complicadas. Segundo a ONG Global Forest Watch, em 2020 a destruição de florestas primárias aumentou cerca de 12% em relação ao ano anterior, apesar da paralisação da economia por causa da pandemia. O Brasil teve aumento de 9,5% nas emissões de gases de efeito estufa. A causa do crescimento foi a alta no desmatamento da Amazônia e do Cerrado. Brasil, China, Rússia, Indonésia, República Democrática do Congo e outros líderes de mais cem países assinaram, na terça-feira (02/11), a Declaração de Glasgow, prometendo deter e reverter o desmatamento e a degradação do solo em 2030. No total, esses países reúnem cerca de 85% das florestas do mundo, uma superfície de 33,6 milhões de Km².

Estas medidas se apoiarão em um fundo de US$ 12 bilhões de dinheiro público aportado por 12 países entre 2021 e 2025, além de US$ 7,2 bilhões de investimento privado por parte de mais de 30 instituições financeiras mundiais, incluindo gigantes como Aviva, Schroders e Axa. As medidas devem apoiar atividades nos países em desenvolvimento como a restauração de terras degradadas, a luta contra os incêndios florestais e a defesa de direitos das comunidades indígenas. Cancelada no ano passado por causa da pandemia, a COP-26 tem como missão colocar em prática o Acordo de Paris, de 2015, que estipulou como grande objetivo limitar o aquecimento do planeta a 1,5ºC. A Índia, quarto maior emissor de CO2 do mundo, anunciou que não esperava alcançar a neutralidade de carbono até 2070. Bastante esperado, o anúncio da Índia representou um atraso de duas décadas em relação à maioria dos países.

O Brasil se comprometeu com a neutralidade de carbono até 2050 e anunciou aumento no corte de emissões para 50% até 2030. Essa última mudança, porém, não torna a meta climática brasileira mais ambiciosa, apenas retoma os padrões de ambição de 2015. Ambientalistas apontaram como tardio o fim o desmate em 2030. Para o Greenpeace, o anúncio foi uma "luz verde para outra década de destruição florestal". Dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente mostram de que desde 1990 foram perdidos 420 milhões de hectares de floresta por conversão para outros usos da terra. Um informe da organização WWF alerta de que o desmatamento ocorre há muitas décadas na Amazônia, África central e Indonésia, mas destaca também novas frentes na África ocidental (Libéria, Costa do Marfim e Gana), África oriental (Madagáscar) e na América Latina, em países como México e Guatemala. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.