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04/Nov/2021

COP26: Brasil adere a acordo para reduzir metano

A Comissão Europeia confirmou que mais de 100 países assinaram o compromisso global para reduzir as emissões de metano em 30% até 2030, em relação ao nível de 2020. O programa, desenhado pelo bloco em parceria com os Estados Unidos, terá a participação de nações que representam mais de 70% da economia mundial. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) confirmou a adesão do Brasil ao pacto. O País é um dos principais emissores mundiais do gás, cuja maior fonte de lançamento é a agropecuária. Índia, Rússia e China, também grandes propagadores, não ingressaram no tratado. Embora tenha retenção relativamente curta na atmosfera, o metano é até 86 vezes mais potente que o dióxido de carbono para o aumento da temperatura do planeta. Segundo a União Europeia, o cumprimento do compromisso ajudaria a reduzir o aquecimento global em até 0,2°C até 2050.

Por meio do Acordo de Paris, a comunidade internacional trabalha para limitar o avanço da temperatura a 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais. Além dos signatários, a União Europeia também informou que um grupo de organizações filantrópicas se comprometeu a doar US$ 328 milhões ao projeto. A Agência Internacional de Energia (AIE) e instituições multilaterais, como o Banco de Reconstrução e Desenvolvimento da Europa, vão contribuir com apoio técnico. Mas, de acordo com uma fonte do governo brasileiro inscrita na Convenção do Clima (COP-26), o Brasil não tem qualquer intenção de alterar sua meta de redução de gás metano. Além disso, mostra alguma desconfiança com objetivos apresentados por outros países de uma redução mais abrupta num curto espaço de tempo. No momento, há uma pressão para que mais nações integrem o grupo de países que se comprometeram a reduzir as emissões desse gás em 30% até 2030, mas em conjunto, sem indicações individuais.

Além da falta de um parâmetro unitário, há o argumento de que a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), que é a meta autoimposta pelos países, é calculada em “gás carbônico equivalente”. Ou seja, inclui todos os Gases de Efeito Estufa (GEE), como dióxido de carbono, ozônio, vapor de água, ozônio, óxido nitroso, clorofluorcarbonos e o próprio metano. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, enfatizou que, para limitar o aumento da temperatura global, é muito importante conter a emissão de metano. Segundo ele, signatários do acordo respondem por metade dessas e emissões. O Brasil já vinha se esforçando em dizer nas pré-negociações de Glasgow que, se houver metas específicas para esse gás, também será importante ter para o dióxido de carbono, a pedra no sapato dos países desenvolvidos, já que é emitido em maior quantidade por causa do uso de combustíveis fósseis.

O metano é apontado como o segundo maior vilão do efeito estufa (atrás do dióxido), mas sua eliminação também é mais rápida. O metano tem duração de vida menor do que outros gases. O tempo de decomposição na atmosfera é de aproximadamente 12 anos contra um período de 100 a 10 mil anos do dióxido. Uma das preocupações do Brasil em se comprometer com o metano é por causa da atividade agropecuária, de grande importância econômica para o País. No mundo, quase um terço (27%) das emissões provenientes da atividade humana está relacionada com a pecuária. Outros países têm metas ambiciosas, mas é preciso que sejam críveis. Além disso, esse gás é importante não apenas para a agropecuária, mas também na indústria de gás de xisto, muito comum na atividade norte-americana. O custo da indústria petrolífera aumentará.

Seria ótimo se todos os países parassem de produzir gases, mas a questão é como fazer isso. O Reino Unido, por exemplo, prometeu que não produzirá mais carro movido a combustível fóssil (diesel e gasolina) a partir de 2030. O governo brasileiro, no entanto, lembra que esta não é uma tarefa fácil, já que é preciso modificar a legislação do País. Dessa forma, não será uma decisão apenas do Executivo, mas terá de contar com o apoio do Parlamento. O Brasil vem enfatizando nessas discussões que, ao contrário de outros países, conta com uma meta horizontal e global, ou seja, sem excluir uma atividade ou setor. Justamente para poupar áreas consideradas sensíveis para suas economias, algumas nações decidiram construir seus objetivos eliminando algumas delas. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.