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03/Nov/2021

COP-26: dúvidas sobre como Brasil cumprirá metas

Apesar de fisicamente distante do evento, o anúncio do Brasil de uma meta mais dura para a redução de emissões de gases poluentes é algo que será muito bem recebido na Conferência do Clima (COP26), que ocorre em Glasgow, na Escócia. Durante um evento voltado ao Brasil, paralelo à programação oficial, o presidente Jair Bolsonaro disse na segunda-feira (1º/11), por meio de um vídeo gravado, que havia autorizado o ministro do Meio Ambiente a ser mais rígido com os objetivos do País por causa dos resultados obtidos até o ano passado. O chefe do Executivo não mencionou quais foram esses resultados. Na sequência, o ministro Joaquim Leite anunciou que a meta até 2030 será de redução da emissão em 50% - até aqui, a promessa era de 43%. Ele também confirmou a informação de que formalizaria o objetivo de neutralidade climática em uma década, para 2050, conforme promessa feita por Bolsonaro em abril, durante a Cúpula de Líderes sobre o Clima.

Nada foi falado, no entanto, sobre o primeiro degrau das garantias, o de diminuir em 37% as emissões até 2025. Procurado pelo Broadcast, o Ministério informou que ela será mantida. Mesmo com o discurso positivo, a pergunta que segue sem resposta até agora é como o Brasil pretende entregar essas metas, cada vez mais apertadas - ambiciosas, nas palavras do próprio presidente. Leite se comprometeu a divulgar os primeiros detalhes do plano de neutralidade climática do País antes da COP26. Até agora, no entanto, nada foi publicado nesse sentido. E, como o diabo mora nos detalhes, é para eles que os agentes domésticos e, principalmente, os observadores internacionais estão olhando. Todos querem entender de que forma o Brasil pretende cumprir a suas metas. Claro que esta não é uma questão apenas da maior economia da América Latina e também dona da maior parte da Floresta Amazônica.

Vários governos têm deixado a desejar nesse quesito de mostrar de que forma pretendem atingir seus compromissos. Isso ocorre em grande parte porque a maioria dos governantes que estão por trás desses juramentos climáticos atualmente provavelmente não estará nos governos quando chegar a hora de prestar contas. Será problema de outro chefe de Estado ou de governo. O Brasil seria mais um deles, se não fosse vitrine, se já não estivesse com a imagem desgastada no exterior em relação ao meio ambiente, se não tivesse números negativos de queimadas e desmatamento. A COP mal começou e é possível que, até o fim do evento, previsto para durar até 12 de novembro, o governo consiga revelar seus planos práticos. Será uma forma de Joaquim Leite mostrar que o País realmente é sério ao se deslocar para Glasgow, na segunda semana da Conferência. Estamos precisando disso. Fonte: Célia Froufe. Agência Estado.