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03/Nov/2021

G20: Brasil articula frente de países emergentes

O Brasil quer coordenar uma ampla frente de atuação de emergentes dentro do grupo das 20 maiores economias do globo (G20) a partir de 1º de dezembro, quando a presidência rotativa passa das mãos da Itália para a Indonésia. A empreitada começou a ser articulada em Roma, pelo ministro da Economia do Brasil, Paulo Guedes. Depois da Indonésia, a presidência será da Índia, que passará o bastão ao Brasil em 2024. Com a Índia, as trocas brasileiras já são mais frequentes. A cada ano, o país anfitrião do grupo dá os parâmetros dos temas que serão abordados pelo G20 durante o período de trabalho. A ideia é fazer com que os três países façam uma espécie de trilha, seguindo na mesma direção progressivamente das conversas que pautam o globo e, com isso, mostrar o potencial dos emergentes perante os demais membros do grupo. A avaliação é a de que, ao agir de forma unilateral a cada ano, o G20 acaba se tornando uma reunião fragmentada, com rupturas.

O ministro sempre tem enfatizado a mudança no eixo geopolítico dos últimos anos, com a tendência de uma inclinação para os emergentes. Nesse contexto, nos próximos anos, a China deve ultrapassar os Estados Unidos como a maior potência econômica do globo. É mais um ingrediente nessa virada dos países em desenvolvimento. A ideia de Paulo Guedes é unir cada vez mais o que ele chama de “G7 emergente” ou EM7, grupo que seria constituído pelos cinco países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) mais a Indonésia e o México. Para o ministro, em breve, esses países terão um Produto Interno Bruto (PIB) mais robusto do que o do G7 tradicional. Ele admitiu, porém, que a grande força do EM& vem da Índia e da China, mas fez questão de acrescentar o Brasil nessa lista, voltando a afirmar que o desempenho econômico do País pós-pandemia foi melhor do que seus pares e até de alguns países desenvolvidos.

De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), o G7 reúne as economias mais avançadas do globo: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido (com a União Europeia também sendo representada). A Rússia foi suspensa do grupo em 2014, que até então era conhecido como G8. A intenção do ministro vem num momento em que os países em desenvolvimento começam a mostrar realmente o desejo de impor suas vontades ou, ao menos, de não ceder facilmente às decisões das economias principais. Nesta reunião de cúpula mesmo houve um exemplo. No comunicado que dá o ponto final ao evento, os países do G20 apenas se comprometeram a entregar uma meta de emissão zero “por volta de meados do século” depois de um embate promovido pela Índia e a China.

A maioria dos países queria estipular 2050 como prazo e os dois emergentes insistiam em entregar resultados finais apenas uma década depois. Como o texto precisa ser aprovado por consenso, chegou-se a essa saída diplomática de “meio do século”. Curioso é que nos quatro anos anteriores eram os Estados Unidos, na gestão de Donald Trump, que mais criavam obstáculos a questões ambientais nos comunicados do G20. Ao lado da Índia, o Brasil foi um dos últimos países a aceitarem as condições para a criação de um imposto mínimo para as multinacionais na coordenação feita pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Novamente dois emergentes fazendo-se escutar. Na questão da quebra de patentes de vacinas na Organização Mundial de Comércio (OMC), é a África do Sul que conseguiu reunir com a Índia mais de 100 assinaturas favoráveis ao tema. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.