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27/Out/2021

Caminhoneiros reagem mal ao vídeo de ministro

Um vídeo do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, que circula nas redes sociais nesta terça-feira (26/10) está mobilizando representantes dos caminhoneiros. No vídeo, o ministro diz que não haverá greve, que não há possibilidade de haver uma paralisação da magnitude da greve de 2018 e que seu objetivo é o barateamento do frete. As declarações do ministro não foram bem recebidas pelas lideranças que estão à frente da greve marcada para a próxima segunda-feira (1º/11). O presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido com Chorão, afirmou que é lamentável o que um ministro de Estado fala a respeito da categoria. Em 2018, também foi feito esse discurso, mas isso não desmobiliza a greve. Pelo contrário, fortalece.

No vídeo, Freitas diz que: "São uma meia dúzia de líderes que toda hora chamam greve. Eles tentam aproveitar o que aconteceu em 2018. O que aconteceu em 2018 não vai acontecer tão cedo. Hoje mais de dois terços do transporte está na mão das empresas de transporte, não são autônomos". Qual é a possibilidade de termos uma greve de caminhoneiros hoje da magnitude que tivemos em 2018? Zero, nenhuma. Não vai ter greve", acrescentou. No vídeo, o ministro afirmou que o desafio com a paralisação é não permitir o bloqueio de rodovias. Segundo ele, sem a interdição de rodovias, o efeito da greve em termos de mercado será "zero".

O Ministério da Infraestrutura confirmou a veracidade do vídeo e informou que o ministro Tarcísio de Freitas reafirmou o seu posicionamento público; a total abertura para o diálogo com todas as entidades que demonstraram interesse em fazer parte da formulação da política pública; o posicionamento de não negociar com qualquer indicativo de paralisação ou locaute; e sua opinião, de amplo conhecimento de todo o setor, sobre temas de interesse, como a tabela de frete e a necessidade de estimular a economia para fortalecer o mercado do transporte rodoviário de cargas. Integrantes do governo afirmam que não há novidades nas falas do ministro e que a mensagem é a mesma exposta pelo ministro cotidianamente ao setor.

Um interlocutor lembra que a divulgação massiva de um áudio do ministro com esse teor ocorreu também antes de uma paralisação que havia sido marcada para o início de fevereiro, mas acabou não se concretizando. Outro trecho que mobilizou os transportadores autônomos foi a citação do ministro de que seu papel é baratear o frete. Para a Abrava, esse discurso vai contra a narrativa do ministro porque quando ele está com os transportadores afirma que tem de saber cobrar frete com lucratividade e, para o empresário, ele diz que o objetivo é o barateamento. A Abrava reiterou que a greve está mantida e que essa declaração é a realidade do que o ministro está fazendo.

Para a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), todas as ações do governo são para tirar os caminhoneiros do mercado como BR do Mar. Transportadores rodoviários autônomos e celetistas afirmam que vão paralisar as atividades em 1º de novembro, caso o governo não atenda às reivindicações da categoria em prazo de 15 dias válido desde 16 de outubro. O movimento é organizado pelo Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) e pela Abrava.

No vídeo, o ministro também disse que a greve dos caminhoneiros de 2018 foi financiada pelo agronegócio e pelas empresas do setor. “Quem parou o Brasil em 2018 foram as empresas de transporte fazendo locaute, com apoio do agronegócio. Gente que queria realmente forçar uma baixa no preço do diesel e isso teve um efeito colateral péssimo. Essa turma que financiou a greve de 2018 está fora”, afirmou Freitas. A Confederação Nacional dos Transportes (CNT), que representa as empresas do setor, por reiteradas vezes negou o envolvimento das transportadoras no movimento, afirmando que não defende greve. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.