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27/Out/2021

Mercado já começa a prever recessão para 2022

Em meio a um cenário de alta dos juros e da tentativa de mudança do teto de gastos, que hoje representa a principal âncora fiscal do País, o mercado já não descarta a possibilidade de estagnação ou mesmo de um resultado negativo do PIB em 2022. A consultoria MB Associados reduziu sua projeção de 0,4% para zero. O Itaú Unibanco fala em queda de 0,5%, ante a estimativa anterior de crescimento de 0,5%. Estimativas negativas também já aparecem no relatório Focus, uma compilação do Banco Central com as apostas do mercado para os principais indicadores do País.

No relatório de segunda-feira (25/10), a mediana para o PIB em 2022 recuou de 1,5% para 1,4%, quatro semanas atrás, estava em 1,57%. Mas, pela primeira vez, o piso das projeções foi de queda de 0,3%. A mudança de direção ocorre depois das manobras do governo para rever a regra do teto de gastos e, com isso, abrir mais espaço para despesas em 2022, quando o presidente Jair Bolsonaro vai disputar a reeleição.

O governo diz que a mexida é necessária para assegurar o pagamento de R$ 400,00 por meio do Auxílio Brasil. O risco de descontrole de gastos, porém, levou os bancos a prever um aumento no ritmo de alta da Selic. Embora a discussão sobre dominância fiscal pareça exagerada no momento, é verdade que, sem uma âncora fiscal crível, a tarefa do Banco Central de manter a inflação na meta se torna mais difícil.

O aumento da incerteza fiscal vai implicar risco país mais alto, maior depreciação do Real, piores perspectivas para a inflação e, em última instância, uma taxa de juros neutra mais alta. A política monetária funciona bem quando existe uma âncora fiscal. Com o presidente e o Congresso atuando em conjunto na direção do gasto e um ministro da Economia ausente, a âncora desaparece. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.