26/Out/2021

O clima quente e seco nas principais regiões produtoras de uma extensa variedade de commodities, incluindo aveia, trigo, soja, café e até mesmo gado, é o principal fator da oferta restrita global e pelos altos valores dos produtos. Os preços dos alimentos, referentes às compras no varejo, subiram 2,1% neste ano em comparação com o ano passado, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), com a carne suína puxando o maior aumento, em 5,4%. Nesse sentido, o USDA espera que os preços dos alimentos nos lares subam entre 1,5% e 2,5%, em 2022. As condições climáticas sempre foram uma fonte de incerteza na agricultura, e agora os extremos do clima parecem estar aumentando. Segundo a AccuWeather, os Estados Unidos estão entre as regiões mais atingidas pela seca, estendendo-se pelas planícies do norte e pradarias canadenses.

As commodities afetadas pelo clima desfavorável incluem trigo, além de aveia e cevada. A seca também atingiu as áreas de cultivo de café, açúcar e milho no Brasil e as regiões produtoras de trigo no oeste da Rússia. Neste ano, os preços futuros da aveia subiram mais de 80% até 19 de outubro. O café subiu 59% e o açúcar 22%, enquanto o trigo subiu 15% e o milho subiu quase 10% no acumulado do ano. Em virtude do clima seco, a produção de trigo norte-americano, plantado na primavera, deve ser a menor em uma década. As safras de milho e de soja são as principais afetadas pela seca, já que ambas são commodities alimentares essenciais para o maior comprador mundial: a China. A seca na América do Sul, seguida de problemas em partes dos Estados Unidos e combinada com o aumento da demanda da China, levou a uma das situações de oferta e demanda mais restritas de soja desde 2013.

Isso resultou em altos preços da soja em todo o mundo. Em maio, os futuros da soja nos Estados Unidos atingiram seu nível mais alto desde 2012, antes de recuar e ficar em 6% abaixo no ano. Além das culturas, suínos e outros animais também são influenciados pelas condições climáticas desfavoráveis. Eles ficam estressados e não comem tão bem durante a seca e o calor e, com isso, não crescem como deveriam para o abate. Nos preços, o gado de engorda subiu quase 15%, enquanto o gado vivo, que atingiu o peso necessário para o abate, ganhou cerca de 13%. Os preços da aveia e do trigo de primavera, entre outros, podem voltar a subir em 2022. O resultado final ainda será o clima. Afinal, as commodities agrícolas são em sua essência, derivadas do clima. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.