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25/Out/2021

China: PIB menor não afeta consumo de alimentos

Não é só o Produto Interno Bruto (PIB) chinês do terceiro trimestre que surpreendeu, com crescimento de 4,9% sobre os mesmos três meses de 2020, acanhado para o ritmo do país, mas o quarto trimestre deverá repetir o resultado e gerar nova onda de apreensão na comunidade econômica mundial. Mas, mesmo com um crescimento na margem ainda mais comprimido, no trimestre passado foi de 0,2% contra o anterior, apontando para uma economia que não deverá passar de 5% de expansão em 2022, não é algo alarmante para o consumo de alimentos na China. O Bradesco não estima qualquer risco para exportadores brasileiros de carnes e soja, pela pressão de uma economia crescendo menos e comprando menos, mas deverá haver uma desaceleração em outros canais.

Em carne bovina e soja, o Brasil ostenta o primeiro lugar entre os abastecedores da China. A desaceleração do crescimento é algo forçado pelo governo da China, determinado ainda antes da crise de energia atual. A segurança alimentar da população, um dos pilares da “nova China”, está resguardada, protegida na política de Xi Jinping de dotar a sociedade de melhor qualidade de vida, complementa a especialista em China. As bases para o pouso forçado já estavam dadas e já chegou, por exemplo, a várias partes do mundo, inclusive no Brasil, com custos maiores de defensivos e fertilizantes, por exemplo.

Trata-se do enxugamento do parque industrial poluidor, em uma transição para uma economia de baixo carbono, que é outro dos pilares desse país. Inclusive, a crise e energia atual também é decisão do governo chinês em produzir menos carvão. Mesmo a situação do setor imobiliário, com a crise atual despontada pela Evergrande e puxando outras incorporados, também já estava dando sinais no primeiro trimestre. Embora o fenômeno da expansão da China esteja ligado diretamente ao florescimento de uma classe média que passou a comer mais, melhor e diversificadamente, não há dados conclusivos e atuais sobre a relação PIB X consumo que mereçam atenção.

Outro ponto a destacar é que a demanda de alimentos pela China não dá saltos, como nos casos das commodities metálicas. Mais uma vez reforçando a tese de que há um planejamento firme no balanço de oferta e consumo, que os fornecedores globais já estão acostumados a ouvir sobre os famosos estoques estratégicos estratosféricos. Poderá sempre ocorrer desníveis cíclicos, ocasionados por pressões de outras proteínas. Agora, por exemplo, houve um aumento da produção chinesa de suínos, o que ajuda o país a sair da crise da peste suína africana (PSA), que dizimou seu plantel desde 2019, entrada de outros fornecedores ou distúrbios como o atual diplomático-comercial, com mais de 45 dias sem importações de carne bovina brasileira depois dos episódios de “vaca louca”.

Mas, um crash nos embarques brasileiros de alimentos, como de qualquer outro parceiro chinês, não se cogita por obra de recuo da economia. Para ficar apenas em carne bovina, apesar de a soja ser o carro-chefe da pauta exportadora brasileira, de janeiro a setembro a China levou 889,2 mil toneladas, superando em 20% o mesmo intervalo de 2020, resultando em mais de US$ 4 bilhões em receita. No ano passado, a soma chegou a aproximadamente 2 milhões de toneladas, mais de 50% de tudo o que o País embarcou no segmento, em anos de expansão constantes. Fonte: Money Times. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.