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22/Out/2021

Caminhoneiros: auxílio não atende às demandas

A Frente Parlamentar Mista dos Caminhoneiros Autônomos e Celetistas afirmou que não foi informada oficialmente sobre as medidas do governo Bolsonaro de auxílio aos transportadores autônomos. Oficialmente, ainda não houve nenhum retorno sobre os ofícios enviados com as pautas da categoria. Jair Bolsonaro anunciou que o governo concederá ajuda aos transportadores. No início da semana, a Frente notificou o governo federal e autoridades legislativas sobre as reivindicações dos caminhoneiros e aviso de paralisação da categoria para 1º de novembro. Mesmo desconhecendo a medida, os caminhoneiros afirmam que não querem nenhum tipo de "auxílio esmola".

Os caminhoneiros querem resolver a pauta que é ampla e passa pela política de preços para combustíveis da Petrobras. As lideranças dos caminhoneiros serão contatadas para entender se a medida atende à categoria e se manterão os pedidos feitos às autoridades e estado de greve. Caminhoneiros rodoviários autônomos e celetistas anunciaram estado de greve no dia 16 de outubro e afirmam que vão paralisar as atividades em 1º de novembro, caso o governo não atenda às reivindicações da categoria. Os pedidos incluem cumprimento do piso mínimo do frete rodoviário, mudança na política de preço da Petrobras para combustíveis e aposentadoria especial a partir de 25 anos de contribuição, entre outros.

A Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava) avalia que a medida de auxílio aos caminhoneiros anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro não atende às demandas da categoria e não vão aliviar a situação do transportador autônomo. Os caminhoneiros pedem dignidade e o cumprimento dos direitos, não R$ 400,00 (o valor que seria concedido pelo governo aos caminhoneiros). O valor está aquém da elevação dos custos totais para transporte rodoviário de cargas. O caminhoneiro autônomo não faz nada com R$ 400,00 com o diesel na média de R$ 4,80 por litro.

O caminhão percorre 2 quilômetros por litro. Esse valor pagaria 83 litros de diesel, o que daria para 160 quilômetros. Essa distância é menor que um terço da distância percorrida entre Sorriso (MT) e Rondonópolis (MT), de 614 quilômetros, uma das principais rotas agrícolas rodoviárias do País. Somente com alimentação, o transportador gasta em média R$ 50,00 por dia na estrada. A medida ainda não foi formalizada, tratando-se no momento de uma promessa do presidente. Para a entidade, é preciso ter cuidado com o que Bolsonaro fala. É preciso aguardar a formalização para avaliar os impactos. Além disso, já há o auxílio emergencial, do qual a categoria é beneficiária, que poderia ser prorrogado.

As reivindicações da categoria assim como o atual estado de greve e a paralisação prevista para 1º de novembro estão mantidas. A categoria continua cobrando estabilidade dos preços, um fundo de colchão para amenizar volatilidade. O valor de R$ 400,00 não supre as demandas dos caminhoneiros. A Abrava está à frente do movimento da categoria junto com o Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) e com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL). Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.