22/Out/2021
Em um momento em que mundo sofre com o aumento do custo de energia, o Banco de Compensações Internacionais (BIS) destacou que as políticas para combater as mudanças climáticas podem levar a mudanças de preços relativos e gerar instabilidades sociopolíticas. Políticas climáticas podem ter efeitos sociais regressivos no curto prazo antes de ter efeitos positivos de longo prazo. Essa agenda precisa ser complementada com compensações via transferências ou oportunidades de emprego para mitigar os impactos negativos. É preciso coordenação global para enfrentar o desafio urgente da mudança climática.
Dentre os desafios, pode-se citar a dificuldade de obtenção de dados detalhados que permitam aos agentes identificarem melhor os riscos, assim como a construção de uma taxonomia clara entre as jurisdições e de divulgação de dados de riscos climáticos. Incerteza sobre a transição pode gerar instabilidade financeira. Na ausência de orientação regulatória específica, fundos de pensão, por exemplo, poderiam desinvestir em certos tipos de ativos, o que pode desencadear movimentos financeiros significativos. O Banco Central do Brasil afirmou que oito bancos centrais de países do Mercosul declaram compromisso público com o tema e identificaram como desafios a disponibilidade de dados, a definição de taxonomia efetiva e a colaboração internacional. É preciso um trabalho conjunto para que a região seja referência global nessas práticas.
Eventos climáticos, como La Niña e El Niño, têm afetado os preços de alimentos e produção de energia na região e podem ter efeitos de longo prazo, inclusive sobre o juro neutro. O Banco Central reiterou o compromisso com sustentabilidade ambiental, social e climática. Riscos sociais, ambientais e climáticos podem afetar a estabilidade de preços e financeira. A criação pelo Banco Central do birô de crédito rural verde visa a mitigação de risco financeiro e não uma restrição ao crédito rural. Com recursos do open banking, o Banco Central acredita que o birô verde vai abrir diversas oportunidades de funcionalidade no mercado e contribuir para a agricultura e as finanças sustentáveis. Nos próximos anos, é importante a discussão de uma taxonomia para classificação de investimentos e ações verdes no País. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.