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21/Out/2021

Dólar tem baixa com o ambiente externo positivo

O dólar encerrou a sessão desta quarta-feira (20/10) em queda firme, devolvendo parte dos ganhos expressivos de terça-feira (19/10), quando chegou a tocar na casa de R$ 5,61 na máxima intradia. O clima externo de apetite ao risco, com avanço das divisas emergentes, abriu espaço para ajustes de posições e realização de lucros, enquanto se espera uma definição do formato final do Auxílio Brasil. Além do ambiente positivo no exterior, operadores também citaram como fatores que contribuíram para recuo dólar as intervenções do Banco Central, via swaps cambiais, e a perspectiva de que haja uma aceleração do aperto monetário no encontro do Copom neste mês (como precificado no mercado de juros futuros), justamente para se contrapor aos efeitos deletérios da deterioração fiscal sobre as expectativas de inflação. O dólar até ensaiou uma queda mais acentuada e registrou mínima de R$ 5,52 (-1,30%) em meio a declarações do ministro da Cidadania, João Roma, sobre o Auxílio Brasil.

João Roma disse que haverá um reajuste linear permanente de 20% em todos os benefícios sociais até dezembro e reiterou o compromisso de pagamento de R$ 400,00 no Auxílio Brasil de forma temporária. Ele afirmou que o governo não está aventando que o pagamento desses benefícios se dê por créditos extraordinários, acrescentando que o governo tem compromisso com a responsabilidade fiscal. O alívio foi, contudo, pontual. Logo a moeda norte-americana reduziu o ritmo de perdas e se afastou das mínimas. No fim do pregão, o dólar era negociado a R$ 5,56, em queda de 0,59%. Mesmo com a queda desta quarta-feira (20/10), o dólar ainda acumula ganhos de 1,95% na semana e registra avanço de 2,10% em outubro. A JF Trust avalia que ainda faltam definições sobre a estrutura de financiamento do programa social e que o governo parece querer ganhar tempo para acalmar os ânimos. Parecem dizer que vão respeitar a regra fiscal ao estabelecer que a as despesas com precatórios e as emendas parlamentares ficam dentro do teto e o gasto com o Auxílio Brasil pode ficar de fora, porque é transitório.

Há sinais de que o valor extrateto pode ficar em R$ 30 bilhões, limite aceito pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Paulo Guedes afirmou que contava com a PEC dos Precatórios e a reforma do Imposto de Renda para financiar o novo programa. Mas, como o projeto do IR não avança no Senado, o governo teve que tomar uma atitude e que, em vez dos R$ 300,00 sustentáveis que o IR permitiria, fez um número maior (referência ao valor de R$ 400,00 do Auxílio Brasil). Não há fonte para que programa seja permanente, então uma parte é transitória, afirmou Guedes, ressaltando que o compromisso fiscal continua. A despeito do alívio na taxa de câmbio, não se vislumbra possibilidade de uma melhora significativa dos ativos domésticos, com o dólar recuando para a casa de R$ 5,40, dado que o governo dá sinais reiterados de que vai praticar uma política fiscal mais expansionista. O governo Bolsonaro e o presidente da Câmara (Arthur Lira) estão juntos e vão buscar a reeleição. Isso está claro com várias medidas que estão tomando, como o vale gás, a mudança no ICMS e a pressão para mudar a bandeira tarifária.

O Banco Ourinvest atribui a queda do dólar nesta quarta-feira (20/10) a dois motivos principais: o avanço dos juros futuros, que precificam aumento do ritmo de alta da Selic, e a bateria de leilões de swap cambial realizada pelo Banco Central. A autoridade monetária deixou claro que vai utilizar os instrumentos que tem uma variação atípica do dólar. A volatilidade, contudo, deve continuar, já que as incertezas sobre o Auxílio Brasil e, consequentemente, com o teto dos gastos continuam no radar dos mercados. O Banco Central realizou três leilões de swaps cambiais, no valor total de US$ 1,950 bilhão, dos quais US$ 1,2 bilhão (US$ 500 milhões extras e US$ 700 milhões para demanda de overhedge) representam injeção de recursos novos no sistema. Embora não sejam capazes de ditar o rumo da taxa de câmbio, as intervenções do Banco Central ajudam a modular as oscilações mais abruptas por conta de demandas pontuais. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.