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18/Out/2021

Inflação: maior impacto nas famílias mais pobres

Segundo dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a alta no custo da energia elétrica, do gás de botijão e dos alimentos fez a inflação dos brasileiros mais pobres encerrar o mês de setembro 20% maior que a dos mais ricos. O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda registrou uma aceleração da pressão inflacionária na passagem de agosto para setembro em todas as faixas de renda. No entanto, o aumento de custos foi maior entre as famílias mais pobres, com renda domiciliar inferior a R$ 1.808,79 mensais: a variação dos preços passou de alta de 0,91% em agosto para elevação de 1,30% em setembro. Entre as famílias de renda mais alta, que recebem mais de R$ 17.764,49 mensais, a inflação saiu de 0,78% em agosto para 1,09% em setembro. Entre os de renda média alta, com rendimento domiciliar mensal entre R$ 8.956,26 e R$ 17.764,49, a inflação acelerou de 0,85% para 1,04% no período.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e usado pelo Ipea para fazer o cálculo da inflação por faixa de renda, encerrou o mês de setembro com avanço de 1,16%, ante uma elevação de 0,87% em agosto. Em setembro, os gastos com habitação deram a maior contribuição para a inflação percebida pelos três segmentos de renda familiar mais baixa, enquanto o custo do transporte teve maior impacto sobre a inflação para as três faixas de renda mais alta. No caso das famílias de renda mais baixa, os reajustes de 6,5% das tarifas de energia elétrica, de 3,9% do gás de botijão e de 1,1% dos artigos de limpeza foram os principais responsáveis pela alta do grupo habitação, cujo impacto de 0,65% responde por metade da inflação apontada em setembro nesse segmento. Ainda que em menor intensidade, o aumento dos alimentos no domicílio, especialmente de frutas (5,4%), aves e ovos (4,0%) e leites e derivados (1,6%), ajuda a completar esse quadro de alta inflacionária nas faixas de renda mais baixa. Entre os mais ricos, o principal foco inflacionário foi decorrente, sobretudo, dos reajustes de 2,3% da gasolina, de 28,2% das passagens aéreas e de 9,2% dos transportes por aplicativo.

A inflação acumulada em 12 meses até setembro foi de 10,98% para as famílias mais pobres, mais de 20% superior à taxa de 8,91% observada no segmento mais rico da população. No caso das famílias de baixa renda, além dos aumentos nos preços dos alimentos no domicílio: carnes (24,9%), aves e ovos (26,3%) e leite e derivados (9,0%), os reajustes de 28,8% da energia e de 34,7% do gás de botijão explicam grande parte da alta inflacionária em doze meses. Para as famílias de renda mais elevada, a inflação acumulada no período reflete, sobretudo, as variações de 42,0% dos combustíveis, de 56,8% das passagens aéreas, de 14,1% dos transportes por aplicativo e de 12,1% dos aparelhos eletroeletrônicos. O indicador do Ipea separa por seis faixas de renda familiar as variações de preços medidas pelo IPCA. Os grupos vão desde uma renda familiar de até R$ 1.808,79 por mês, no caso da faixa com renda muito baixa, até uma renda mensal familiar acima de R$ 17.764,49, no caso da renda mais alta. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.