15/Out/2021

Segundo o Insper, o Brasil precisa combater o protecionismo global e atuar no fechamento de novos acordos comerciais. Não se pode confiar que a realidade dos últimos três anos, que permitiu essa explosão nas exportações de produtos agrícolas brasileiros, vai permanecer por bastante tempo. O Brasil cresceu mais de cinco vezes nas exportações do agronegócio nos últimos dez anos, porém, sem nenhum acordo comercial relevante nesse processo. Outros países assinaram acordos. Austrália e Nova Zelândia, por exemplo, estão 100% cobertos por acordos, então tudo o que exportam faz parte disso. A realidade brasileira, por outro lado, é de uma fragilidade comercial nesse aspecto e os mercados funcionam sempre sob uma ótica de relativo fechamento, sem garantia de negócios por um período mais longo.

Por isso, o País precisa lutar com competência e organização para manter mercados abertos, especialmente a China. Também seria interessante uma reforma justa na Organização Mundial do Comércio (OMC) e o retorno do órgão de apelação para regular os acordos internacionais. A regulação multilateral tem sido inoperante por fragilidades da OMC e a agenda geopolítica tem ganhado cada vez mais espaço nas discussões internacionais. Outros pontos importantes mencionados são as questões sanitária e climática. Depois da Covid-19, esses temas serão amplamente debatidos e exigidos no mundo. A posição do Brasil no quesito sanitário precisa ser melhorada e mais valorizada na comunicação para o mundo. No lado ambiental, grandes empresas têm feito esforços de rastreabilidade nos seus produtos e controle da cadeia produtiva.

Mas, o setor como um todo tem a missão de reduzir e eliminar o desmatamento ilegal no País. É preciso atacar a ilegalidade e implementar o Código Florestal para deixar de lado a posição de “vilões no mundo”. Nesse aspecto, o Brasil deve ser bastante atacado na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP-26), que ocorrerá de 1º a 12 de novembro em Glasgow, na Escócia. Além do cuidado com o desmatamento, pode-se citar ainda a importância de aumentar a produtividade por meio de mecanismos de intensificação da produção, especialmente com a integração lavoura-pecuária, que ajuda a reduzir as emissões de gases e a ter uma agricultura ainda mais eficiente. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.