11/Out/2021

Segundo o Ministério da Economia, as Cédulas de Produto Rural (CPR) Verdes poderão ser lastro de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs) e alvo, inclusive, de Fiagros. É uma operação com um potencial muito grande. Uma cooperativa com vários produtores associados e que tenha escala pode pegar CPRs Verdes de vários cooperados, embalar em um CRA Verde (cujos produtos a serem entregues são os serviços ambientais das CPRs) que poderá ser usado pelo comprador como ele achar melhor em sua política ESG (práticas ambientais, sociais e de governança).

O Ministério da Agricultura esclareceu que a CPR Verde é um título lastreado em serviços ambientais decorrentes de recuperação ou conservação de floresta nativa e seus biomas e que, portanto, não abrange produtos agrícolas, como soja, suínos e florestas plantadas, mesmo que produzidos em um sistema ambientalmente correto. Tais produtos servem de lastro somente para CPRs convencionais. Créditos de carbono gerados pela redução de gases de efeito estufa, por exemplo, bem como conservação da biodiversidade, de recursos hídricos e do solo e outros benefícios ecossistêmicos que venham da conservação de florestas nativas poderão ser lastro para CPRs Verdes. Em uma produção em sistema ILPF (Integração Lavoura-Pecuária-Floresta), a captura do carbono que a árvore está fazendo (desde que não seja floresta plantada) poderá ser lastro de CPR.

Na produção de cacau, o produtor poderá emitir uma CPR convencional referente ao cacau e também uma CPR Verde pelo crescimento de árvores que estão capturando carbono. É um fluxo de recursos a mais que o produtor obteria. Outro exemplo dado seria produção de café orgânico em sistema agroflorestal. Para a captação de recursos para produção do café, o produtor emitiria uma CPR tradicional. Já para a conservação da floresta nativa associada, a CPR Verde. Reservas legais e Áreas de Proteção Permanente também poderão ser lastro de CPRs Verdes. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.