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11/Out/2021

Economia brasileira tem desafios para retomada

Estagnada há quatro décadas, a economia brasileira está à beira de um “abismo”. A questão é saber se o País vai encontrar ou não uma saída para os seus problemas. Mas, a percepção é de que o Brasil já está caindo no abismo. Ao analisar momentos importantes da política econômica nacional, como o desenvolvimento da agropecuária, a inércia da inflação, distorções das políticas setoriais, a crise da dívida externa e o eterno problema fiscal, conclui-se que a economia brasileira “vem cavando seu buraco”. O saldo dos erros nos últimos 40 anos explicaria a estagnação do crescimento da economia do Brasil desde os anos 1980. Muitos dos erros foram cometidos em meio à preferência por “narrativas”, em detrimento da teoria econômica com base empírica, confirmada nos dados.

Uma combinação de soluções “mágicas” e tidas como “indolores” com a ação de grupos de interesse, marcado pelo “lobby” por proteção e subsídios. É o caso, por exemplo, da explicação pela perda de competitividade da indústria, que tira dinamismo do crescimento econômico. A ideia de que o problema está no câmbio sobrevalorizado dos últimos anos (ou seja, o dólar se manteve em baixas cotações, atrapalhando o desempenho da indústria), não é aceitável. Hoje, o Brasil está com o câmbio mais depreciado da história, o juro é muito mais baixo, e a indústria está estagnada. Isso conta a história do protecionismo. É verdade que um câmbio mais depreciado poderia encobertar ineficiências, como o chamado “custo Brasil”, a infraestrutura precária e o sistema tributário caótico, mas não seria o caso do Brasil.

O Brasil não reúne nenhuma das condições para que um câmbio mais depreciado possa corrigir “assimetrias”. No momento atual, o quadro da economia é dramático, em um contexto em que a radicalização da disputa política reforça “narrativas” fantasiosas, afeitas às soluções mágicas. E a perspectiva é de piora para o ano que vem, marcado pelas eleições gerais. Se o regime fiscal já estava ruim, com o que está sendo feito no Orçamento, com as emendas de relator, com essa ideia desesperada de criar impostos para gerar recursos para programas associados à reeleição, a País está criando uma situação muito mais séria. O sinal de esperança vem do fato de que o futuro possa ser discutido nas eleições do próximo ano e de que 50% dos eleitores não querem a polarização, o que abre espaço para discutir alternativas.

Essa pode ser uma janela de oportunidade para discutir com seriedade, construtivamente, como colegas, e não inimigos, o que pode ser melhor para o Brasil sair desta situação. O País está empobrecendo. Mesmo patinando no crescimento da economia nas últimas décadas, a política econômica segue investindo em erros como exigências de conteúdo nacional, substituição de importações, refém de demandas corporativistas e de grupos de pressão. A responsabilidade do exercício de quem está na política pública está perdida há muito tempo, seja em governos de esquerda, seja em governos de direita. A superficialidade com o bem comum não tem ideologia, é a mesma. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.