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06/Out/2021

Brasil precisa cultivar boas relações com a China

O Insper Agro Global afirmou que vê com preocupação a atitude de algumas lideranças brasileiras dando “caneladas” na China. O Brasil não deveria fazer isso com o maior cliente. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, trabalha bem neste sentido, mas, infelizmente, o governo brasileiro ataca a China, e isso não é bom. O País deveria aproveitar a atual conjuntura chinesa, que ainda enfrenta consequências da peste suína africana (PSA), e se mantém numa disputa hegemônica com os Estados Unidos, que deve perdurar, para solidificar a relação com o gigante asiático.

Sob este aspecto, a China produz 90% das carnes que consome e importa apenas 10%, mas há espaço para crescer, embora haja dificuldades impostas cada vez que o Brasil tenta liberar a importação de produtos mais acabados, como papel (em vez de celulose) ou farelo de soja (em vez do grão). O Brasil exporta commodities agrícolas. Quando adiciona valor ao produto, vai ficando difícil, há mais restrições, mas é interessante para o Brasil exportar mais carnes, por exemplo. Ao mesmo tempo, o agronegócio brasileiro, juntamente com o governo, deve trabalhar os mercados do Sul e Sudeste da Ásia, Oriente Médio e África, que são o futuro das vendas externas do setor.

Em termos de demanda, não há problema. Hoje, o Brasil tem a China e futuramente terá, certamente, Sul da Ásia, principalmente Índia, e África, que terão um crescimento populacional extraordinário, além de aumento de renda per capita. Por isso, é para lá que o Brasil deve construir relacionamentos e pontes. Este é o futuro para o Brasil. O País precisa estar presente e construir relacionamentos. O Brasil será um dos principais fornecedores de alimentos para essas regiões, inclusive porque, internacionalmente, há poucos players atuando no mercado global de alimentos.

São nove ou dez players, como Estados Unidos, Austrália, os países do Mercosul e Tailândia, e os que mais têm crescido em exportação no mundo são os países americanos, como Estados Unidos e Canadá e os do Mercosul. Todo este potencial, entretanto, não exclui a necessidade de o Brasil trabalhar para ter mais acessos a mercados. É preciso um maior esforço neste sentido. Se há algum setor em que o Brasil tem poder de mercado, certamente é o da agricultura. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.