ANÁLISES

AGRO


SOJA


MILHO


ARROZ


ALGODÃO


TRIGO


FEIJÃO


CANA


CAFÉ


CARNES


FLV


INSUMOS

06/Out/2021

Brasil diz que cobrará R$ 100 bilhões na COP 26

Na mesma toada que seu antecessor, ex-ministro Ricardo Salles, o novo titular da pasta do Meio Ambiente (MMA), Joaquim Leite, repetiu a tese de que vai cobrar dos países estrangeiros os US$ 100 bilhões em recursos financeiros para que o Brasil cumpra seus compromissos relacionados ao Acordo de Paris, que dizem respeito a medidas para redução das mudanças climáticas. O titular do Ministério do Meio Ambiente renovou a promessa já feita em 2019 por Ricardo Salles, de que aguarda os US$ 100 bilhões anuais prometidos por países desenvolvidos aos em desenvolvimento, como condição para fazer a sua parte dentro do acordo. Segundo ele, o País tem um mercado de carbono, que é uma oportunidade. O acordo do clima é uma oportunidade para o Brasil mostrar que, além de produzir alimentos para o mundo, tem uma atividade de baixa emissão. O País tem uma economia que absorve carbono, ao mesmo tempo em que produz.

A 26ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP-26) acontece na Escócia, entre os dias 1º e 12 de novembro, onde serão discutidas estratégias para limitar efeitos catastróficos das mudanças climáticas. Joaquim Leite afirmou que foram realizados dezenas de encontros para afinar a pauta que o Brasil apresentará. O ministro não quis dizer, exatamente, qual será o pedido financeiro a ser apresentado pelo Brasil. segundo ele, o Brasil será posicionado como um país que está no acordo do clima, que tem uma meta ambiciosa de 43% de reduções até 2030 e neutralidade até 2050. O volume de recursos vai depender das negociações. Assinado em 2015, o Acordo de Paris prevê que países desenvolvidos, como os Estados Unidos e os da União Europeia, devem contribuir com US$ 100 bilhões por ano para projetos de adaptação e de mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. Esses projetos seriam empreendidos pelos países em desenvolvimento. O ministro disse que o governo brasileiro não vai aceitar eventuais imposições que possam ser feitas a partir do chamado “Mecanismo de Ajuste de Carbono na Fronteira'' (CBAM) em análise por países da União Europeia e Estados Unidos.

Basicamente, a ideia seria estabelecer um preço de carbono para importações realizadas por países menos ambiciosos na agenda climática. A medida é vista como uma forma de acelerar a neutralidade climática até 2050, quando as emissões teriam o mesmo volume que sua absorção pelo meio ambiente. O governo Bolsonaro, porém, vê riscos de a medida atrapalhar as exportações. Segundo o ministro, o governo vai ter um posicionamento claro e contundente contra o ajuste de fronteira. O Brasil está dentro do acordo do clima, e tem a soberania para definir qual das atividades que deveriam ser apontadas na redução de emissões. Ao mesmo tempo, tem uma meta ambiciosa. Para ele, o Brasil não pode aceitar, ou por um bloco ou unilateralmente, que uma atividade seja punida, especialmente num setor. A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) elogiou as declarações do ministro, afirmando que não deve haver competição entre produção de alimentos e conservação do meio ambiente. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.