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04/Out/2021

Inflação pressiona renda de trabalhadores formais

Desemprego e inflação formam uma combinação corrosiva para a renda dos trabalhadores formais. Há 12 meses as negociações salariais entre empresas ou sindicatos patronais com sindicatos de trabalhadores não registram aumento mediano real. Em agosto, o reajuste mediano ficou 1,4% abaixo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), utilizado como baliza para as negociações salariais. De acordo com o Salariômetro, boletim mensal da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da Universidade de São Paulo (USP) que avalia convenções e acordos coletivos registrados no Ministério da Economia, apenas 9,5% das negociações em agosto foram concluídas com ganhos reais para os trabalhadores.

A grande maioria dos empregados do País teve perda real de rendimento. Desde setembro do ano passado, o reajuste mediano negociado nas convenções (entre sindicatos de empregadores e de empregados) e acordos (entre empresa e sindicato de trabalhadores) coletivos têm sido igual ou menor do que a inflação. A diferença de 1,4% entre inflação e reajuste registrada em agosto é a maior do período. De 11 atividades em que houve negociações coletivas em agosto, os empregados de apenas 1 (comércio atacadista e varejista) conseguiram pelo menos repor a inflação passada. Os trabalhadores do setor de refeições coletivas tiveram a maior perda real.

Nas negociações coletivas concluídas neste ano até agosto, aumentos reais, com correções anuais superiores à inflação acumulada nos 12 meses até o mês do acerto, foram obtidos por trabalhadores de apenas 2 das 48 atividades listadas pelo Salariômetro. Mas, nessas atividades, foram concluídas apenas 33 negociações nos oito primeiros meses do ano, período que registra nada menos do que 9.862 convenções e acordos coletivos. As famílias precisam recompor sua renda, mas o aumento do custo da folha de pagamento em período de vendas e produção incertas pode afetar as finanças das empresas empregadoras. É o quadro atual. A persistência da inflação alta, que analistas privados projetam em mais de 8% neste ano, do desemprego elevado e de um ritmo declinante de expansão da economia devem manter o cenário desfavorável para os salários reais. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.