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01/Out/2021

Alimentos seguem puxando inflação nas indústrias

Com alta espalhada entre as atividades, mas puxada principalmente por alimentos, a chamada inflação de "porta de fábrica", sem impostos e fretes, subiu 1,86% em agosto, frente a julho, segundo o Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado no dia 29 de setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Todas as 24 atividades acompanhadas pelo IPP tiveram alta de preços em agosto, apenas a segunda vez em que isso ocorreu em toda a série histórica do índice, iniciada em 2010. Ao mesmo tempo, os preços de alimentos subiram 2,19% em agosto, frente a julho, e responderam por 0,51% da taxa de 1,86%, ou seja, por mais de um quarto (27,4%) da variação.

Esta foi a sétima alta mensal de alimentos pelo IPP em 2021, o único recuo foi em junho, e a segunda maior variação, só atrás dos 2,66% em abril. Com isso, acumula expansão de 12,47% em 2021, até agosto e variação de 25,72% no acumulado em 12 meses até agosto. As variações do grupo nesses períodos, no entanto, foram menores que o IPP, que registrou taxas de 23,55% e 33,08%, respectivamente. As carnes e miudezas de aves congeladas foram as principais altas dentro do grupo, diante do aumento de custo na criação dos animais, maior demanda e efeito substituição da carne bovina pelas de custo menor. Além disso, a combinação de entressafra e fatores ligados ao clima contribuiu para elevar os preços de outros alimentos, como café e cana-de-açúcar.

O principal causador da alta em agosto foi a parte alimentar. O problema do inverno rigoroso, com geadas, afetou os cafés e a cana-de-açúcar, influenciada também pela seca. A seca atinge ainda os pastos e é preciso gastar mais com ração. Também houve aumento das rações por causa do preço de commodities, o que torna a criação mais cara. Além disso, com mais países querendo carne bovina, aumenta o consumo de aves pelo efeito substituição, o que também afeta o preço. A alta nas 24 atividades do IPP em agosto são uma sinalização de aumento espraiado de preços, apesar da alta menor do resultado acumulado em 12 meses até agosto (33,08%) frente a julho (34,97%). O comércio internacional e a variação dos preços de commodities no mercado externo continuam a afetar fortemente o IPP, como ocorreu ao longo de 2021.

O comércio internacional é um dos principais responsáveis pelo movimento dos preços globais no ano, como minério de ferro e óleo bruto de petróleo, os quais afetam, de forma quase direta, os setores de química, refino e metalurgia. O IPP da indústria extrativa tem alta de 82,03% no resultado acumulado em 12 meses até agosto. Apenas entre janeiro e agosto de 2021, a variação é de 68,49%. Como reflexo, devido aos preços dos insumos, a indústria química teve alta de 2,82% em agosto, a maior desde abril (4,73%) e acumulou variação de 37,34% no ano e de 50,49% nos últimos 12 meses. Em agosto, a maior influência foi de fertilizantes. A indústria metalúrgica teve aumento de 2,58% em agosto, a 14ª alta seguida. Com o resultado, acumulou variação de 40,59% no ano e de 56,98%, nos últimos 12 meses. Fonte: Valor Online. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.