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29/Set/2021

Varejo: crise energética preocupa e elevará preços

Um levantamento feito pela consultoria Greener mostra o segmento de varejo como o responsável por 38% das instalações de sistemas de geração distribuída (GD) na fonte solar fotovoltaica até o primeiro semestre deste ano. Entre as varejistas que instalaram painéis solares, a maioria é do setor supermercadista, com 22%. Nas contas da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), cerca de 12% dos supermercadistas do País já têm ou estão começando a usar essa alternativa para reduzir a conta de energia. Outras medidas, como adquirir energia eólica ou ativar geradores em horários de pico de consumo também, já são colocadas em prática. No entanto, a possibilidade de uma crise energética no próximo ano ainda é uma preocupação, especialmente para estabelecimentos de menor porte. O avanço da tecnologia mais os riscos presentes fizeram com que o setor avançasse em termos de energia. Energia elétrica e água são recursos sem os quais os negócios fecham.

O setor passou a olhar a energia de forma diferente após a crise de 20 anos atrás e, hoje, ela é motivo de discussão. A associação vê com bons olhos, por exemplo, o programa de redução voluntária de demanda do governo, mas não tem nenhuma diretriz para incentivar a adesão por parte dos associados. A maior parte das lojas do ramo no País são pequenas ou médias e que, nesses casos, o acesso a fontes alternativas de energia é menor. Quem puxa as tendências são as grandes redes, já que qualquer percentual de redução de custos se transforma em competitividade. Já existem opções para empresas médias adquirirem energia com investimentos menores e facilitados, mas ainda é uma tendência inicial. Além disso, a energia é um bem de preço muito volátil. Assim, mesmo quem adquire energia de outras fontes que não o sistema tradicional enfrenta alta de custos em um período de escassez. Para a Abras, uma alta de preços na ponta não deve ser causada pelo repasse do aumento do custo da energia por parte dos varejistas.

A associação entende que esse repasse acontece a cada etapa de produção e que, por isso, o varejo tem parcela pequena na alta. Ainda assim, negócios menores devem ter menor capacidade de absorção dessa alta de custos. A Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop), porém, já disse que a nova bandeira vermelha deve afetar os aluguéis e o preço dos produtos do varejo. A energia elétrica representa cerca de 30% a 40% dos custos condominiais, sendo que o ar-condicionado chega a 60% desse valor. A crise hídrica e a alta nos preços da energia com certeza vão impactar o varejo, uma vez que os produtos comercializados podem ficar mais caros por conta da inflação, da elevação do dólar e dos combustíveis encarecendo os custos. Os lojistas terão de repassar esse aumento para os clientes. Isso pode contribuir para uma retomada um pouco mais lenta. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.