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24/Set/2021

Brasil: pauta ambiental é ignorada pelo Congresso

Quando questionados sobre o que pensam sobre as mudanças climáticas e a importância de discutir uma agenda ambiental positiva ao País, a resposta geral de parlamentares do Senado ou da Câmara é de que se trata de um tema relevante, que deve ter o tratamento de outros assuntos prioritários, como a economia. Mas, as afirmações caem por terra quando se trata da emergência climática e a necessidade de que medidas práticas sejam tomadas no curto prazo.

O descolamento entre o discurso e a prática dos congressistas brasileiros sobre a agenda ambiental foi medido pelo estudo “A agenda do clima no Congresso Nacional: uma pesquisa sobre a percepção dos parlamentares brasileiros”, iniciativa da Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Raps). As análises feitas pela Fundação Getúlio Vargas tiveram apoio do Instituto Clima e Sociedade (ICS). Foram entrevistados 114 deputados e 17 senadores, além de 28 assessores parlamentares, que representaram a opinião dos congressistas.

A pesquisa contatou 487 deputados federais e 69 senadores, mas conseguiu concluir 159 entrevistas, realizadas entre 25 de fevereiro e 26 de maio deste ano. Não houve direcionamento por vinculação partidária ou ideológica. Os resultados mostram que a maioria do Legislativo reconhece a relevância do assunto. Entre os entrevistados, 94% se dizem interessados pelo tema. Outros 98% acreditam que não deve haver um dilema entre o crescimento econômico e a conservação ambiental. Entre os congressistas da base do governo, 42% afirmaram ter muito interesse sobre a pauta ambiental, média que sobe para 68% dos parlamentares da oposição.

Em outra frente, 86% dos congressistas da oposição entendem que o problema das mudanças climáticas é muito sério, enquanto esse índice cai para 52% entre aqueles que apoiam o governo. A Raps, afirmou que, apesar da atenção dada ao assunto pela maioria dos parlamentares, isso não se traduz efetivamente em percepção de que o Brasil e o mundo vivem uma emergência climática, o que poderia levar a ações efetivas no Legislativo sobre o tema. Ao expor os parlamentares a um conjunto de perguntas ranqueadas de zero a um (sendo zero nenhuma emergência e um total emergência), o índice geral ficou em 0,59 ponto.

Se for considerado especificamente a opinião dos governistas, esse índice cai para 0,49 ponto. Os dados mostram que, embora o mundo já viva em um estado de emergência climática, o Congresso brasileiro está em estado de letargia climática. O parlamento não está lidando com a gravidade do problema como deveria. O Brasil é hoje o quinto maior emissor mundial de gases de efeito estufa. O desmatamento, sozinho, é responsável por 94% dessas emissões e a maior parte, cerca de 87%, ocorre na Amazônia. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.