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23/Set/2021

Sustentabilidade com a cadeia produtiva inclusiva

Segundo o Instituto Produzir, Conservar, Incluir Brasil (PCI) no evento Global Landscapes Fórum (GLF) Amazônia, existe um gargalo entre uma parte do agronegócio que se move para ajudar a agenda de baixo carbono e uma outra parte com informalidade e falta de eficiência produtiva, sobretudo na agropecuária. A questão é que ninguém consegue resolver esse problema sozinho. É preciso cooperação, achar consensos e trabalhar junto. Isso é o PCI em Mato Grosso. O projeto surgiu na COP de Paris como uma proposta do governo do Estado de unir produtores, empresas e a sociedade civil para pensar em como vencer os desafios ambientais em Mato Grosso.

A conclusão é de que é possível produzir para atender os mercados doméstico e internacional, conservar o que precisa ser conservado, e promover inclusão socioprodutiva, que por muito tempo esteve à margem do processo de desenvolvimento econômico. A integração entre os agentes permitiu Mato Grosso avançar. Além disso, o PCI é uma agenda de investimentos para o Estado, de forma a possibilitar atividades como a restauração de pastagens, assistência técnica e combate ao desmatamento. A Marfrig Global Foods afirmou que acredita em uma cadeia produtiva inclusiva, com ações que auxiliem produtores irregulares a se regularizarem a partir da assistência técnica e do melhor acesso ao crédito.

De 3.500 produtores que estavam bloqueados pela Marfrig, foi possível reinserir cerca de 1.100 produtores este ano, o que equivale a 195 mil cabeças de gado que voltaram para o fornecimento. Isso é cerca de 15% do abate que a Marfrig teve até o mês passado. As ações da companhia referentes à sustentabilidade rompem com a prática de exclusão. Esse bloqueio a produtores irregulares gerou um mercado paralelo com criadores à margem das grandes indústrias, sem assistência técnica e sem sustentabilidade econômica. A Marfrig parte para um programa que tem a inclusão como premissa e estabelece compromissos fundamentais, como a neutralização das emissões de carbono, o desmatamento zero e o rastreamento de toda a cadeia para garantir a transparência.

A assistência técnica, nesse sentido, é essencial para levar a integração entre lavoura, pecuária e floresta, a restauração das pastagens e o melhoramento genético. Tudo isso traz rentabilidade porque o produtor não vai gastar para implementar algo que não se reverte em maior lucro. Segundo o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), se o Brasil eliminar o desmatamento ilegal, o País cumprirá com 80% da meta estabelecida pelo Acordo de Paris. A complexidade da questão territorial precisa ser vista de maneira sintética, analisando as condições climáticas e econômicas.

Existe uma disposição do setor empresarial em mitigar os efeitos climáticos, com o compromisso de zerar o balanço de emissões de carbono, por exemplo. Isso é menos custoso do que esperar o risco acontecer. Observa-se uma antecipação do setor privado aos riscos climáticos no âmbito mundial e o País precisa de cooperação e conexão entre os atores da cadeia produtiva. O Brasil tem condições de alcançar a neutralidade até 2050 porque não depende de tecnologias ainda não inventadas, mas precisamos investir no acesso a essas tecnologias e na assistência técnica para os produtores. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.