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22/Set/2021

Empresas: volta ao trabalho presencial em 2022

Conforme pesquisa da consultoria KPMG realizada em julho e agosto, mesmo com o avanço da vacinação contra a Covid-19, as grandes empresas chegaram a meados do ano adiando, novamente, os planos de retorno aos escritórios. Metade das companhias já decidiu deixar o trabalho presencial para 2022. Na edição anterior do levantamento, referente a março e abril, um terço (33,8%) dos entrevistados informou que a volta ficaria mesmo para o próximo ano. Agora, 48% dos respondentes citaram essa opção, enquanto 52% disseram que voltam ainda este ano. Os dados corroboram que o retorno ao trabalho presencial é gradual. A diferença é que, agora, o adiamento parece vir junto com uma convicção de que 2022 será mesmo o ano da volta, ainda que num modelo "híbrido", que combine trabalho presencial em alguns dias da semana com remoto em outros, sem perder produtividade.

Isso porque, em março, 74% dos entrevistados disseram que adiaram planos de volta por causa do surgimento de novas cepas do novo coronavírus, como a Delta, surgida na Índia. Na edição de julho, esse porcentual caiu para 51%. A menor inquietação com novas cepas sugere uma acomodação nas preocupações com a pandemia. À medida que a vacinação avança e novos estudos sugerem redução na letalidade da Covid-19, vai se consolidando uma percepção de que todos os países conviverão com a doença, ainda que com medidas de prevenção. A percepção é de que, a partir de outubro ou novembro, parcela significativa da população estará imunizada com a segunda dose das vacinas. Aí, em dezembro ou janeiro, empresas e pessoas estarão mais confortáveis para uma volta ao trabalho presencial.

A expectativa de retorno aos escritórios vem sendo adiada sucessivamente desde o ano passado, o que pode ser observado na comparação das diferentes edições da pesquisa da KPMG. A consultoria vem realizando o levantamento desde o início da pandemia, em 2020. A sexta edição, a mais recente, ouviu 287 executivos de empresas localizadas em todo o País. Na edição inaugural, feita no bimestre abril-maio de 2020, 33% dos entrevistados disseram esperar a volta para "o próximo mês", enquanto 35% apostavam numa volta "até dezembro" de 2020. Só que, ainda no fim do ano passado, companhias como Oi e Itaú Unibanco já haviam anunciado que deixariam a volta aos escritórios para este ano. Por outro lado, ainda no fim de 2020, 36% dos entrevistados informaram que suas companhias já tinham terminado o ano passado de volta aos escritórios. A quinta edição da pesquisa, referente a março e abril passados, foi a primeira a trazer respostas apontando 2022 como data de volta.

Agora, a sexta edição reforçou o próximo ano como a data de retorno. As sucessivas postergações não se devem apenas à demora no controle da pandemia. Muitas empresas aproveitaram o trabalho remoto para ter ganhos de produtividade, com redução de custos com viagens e deslocamentos. Agora, estão estudando com cuidado como adotar um sistema "híbrido", que combine trabalho presencial em alguns dias da semana com remoto em outros, sem perder produtividade. Tem um processo de aprendizado, de como equilibrar o retorno a essas questões de produtividade e ganho de eficiência econômica. A sexta edição do levantamento reafirmou a opção das empresas por algum esquema "híbrido": 29% dos entrevistados em julho e agosto disseram que pretendem manter o "home office" duas vezes por semana, enquanto outros 29% afirmaram que pretendem adotar o trabalho remoto três vezes por semana.

A pesquisa sobre impactos da Covid-19 também perguntou a 38 executivos de cargos mais altos sobre o desempenho dos negócios. Nesse ponto, houve leve aumento do otimismo: 100% dos entrevistados em julho disseram que estão mais otimistas com os negócios após a vacinação, ante 85% na edição de março. Por outro lado, em março, 47% disseram que a vacinação mudou planos de negócios, ainda que sem mexer em prazos. Em julho, 50% disseram que a vacinação não mudou planos de negócios, nem prazos. Isso sinaliza que o maior otimismo vale apenas para que os negócios voltem ao "normal" de antes da pandemia, sem muitas perspectivas de crescimento sustentado para além disso. Só o efeito de o consumo voltar ao normal já representa um ganho importante. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.