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21/Set/2021

Cresce a proporção de lares com renda do trabalho

De acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais lares brasileiros obtiveram alguma renda através do trabalho no segundo trimestre deste ano, mas a recuperação permanece lenta e os indicadores continuam piores do que antes da pandemia. A proporção de domicílios sem nenhuma renda de trabalho saltou de 25,1% no primeiro trimestre de 2020 para 31,6% no segundo trimestre do ano passado. O indicador mostrou melhora para 29% no quarto trimestre do ano passado, nível semelhante ao registrado no primeiro trimestre de 2021 (29,3%). Neste segundo trimestre, porém, o indicador voltou a melhorar, ao recuar para 28,5%. O resultado mostra como tem sido lenta a recuperação do nível de ocupação aos patamares anteriores à pandemia para as famílias de renda mais baixa.

O documento mostra aumento na proporção de domicílios na faixa mais baixa dos rendimentos, sinalizando uma qualidade ruim das ocupações que vêm absorvendo os trabalhadores desses domicílios. A proporção de famílias brasileiras na faixa 1, com rendimento médio habitual de R$ 886,34 por mês (inferior ao salário-mínimo), aumentou de 25,9% no primeiro trimestre de 2021 para 27,9% neste segundo trimestre. Houve um aumento da proporção de domicílios na faixa de renda mais baixa e uma diminuição da proporção nas demais faixas, reforçando como tem sido lenta a recuperação do nível de ocupação. O Nordeste foi a região do País mais afetada em rendimento do trabalho pela segunda onda da pandemia. Para chegar a essa conclusão, foi comparado o rendimento efetivamente recebido pelos trabalhadores, ou seja, a renda do trabalho do mês com todos os demais benefícios trabalhistas, como férias e bonificações. Na Região Nordeste, o rendimento efetivo do trabalho recuou 7,05% no primeiro trimestre deste ano, frente ao mesmo período do ano passado.

No segundo trimestre, essa renda registrou uma nova queda, desta vez de 2,56%. Essas quedas resultam na maior perda de rendimento entre as cinco Regiões do País. As Regiões Centro-Oeste e Sul, por exemplo, tiveram recuperação da renda efetiva no segundo trimestre, frente ao mesmo período de 2020, de 3,72% e 3,96%, respectivamente. A região Sudeste também registrou aumento da renda efetiva, de 1,35% por essa base de comparação. A Região Norte registrou forte queda de 4,2% no segundo trimestre, mas havia recuado menos que o Nordeste no primeiro trimestre (3,85%). Foi identificado que a desigualdade da renda do trabalho do País mostrou estabilidade no segundo trimestre deste ano, frente ao mesmo período do ano passado, após muita instabilidade durante a pandemia. A tendência do indicador agora é incerta. Parece que as oscilações por causa da pandemia passaram. É preciso aguardar e ver se retornará para a tendência ascendente de 2016 até 2019 ou se vai iniciar uma queda.

Se a recuperação da economia e do mercado de trabalho acelerar, tem mais chances de a desigualdade cair um pouco. O Índice de Gini da renda domiciliar do trabalho foi de 0,530 no segundo trimestre de 2021, mesmo indicador do segundo trimestre de 2020 - o indicador vai de zero a um, sendo zero distribuição perfeita. O Índice de Gini da renda domiciliar do trabalho estava em 0,531 no primeiro trimestre do ano passado, antes da pandemia. O índice saltou para 0,540 no terceiro trimestre daquele ano, um nível recorde na série histórica disponível, com início no primeiro trimestre de 2012. Desde então, com oscilações, voltou a recuar. Os indicadores não consideram fontes de renda que não sejam do trabalho, como o auxílio emergencial pago pelo governo federal. Esse auxílio serviu de colchão para amortecer a perda de renda e chegou a reduzir drasticamente indicadores de pobreza e desigualdade no País. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.