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16/Set/2021

Inflação: maior impacto nas famílias mais pobres

Segundo cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a inflação das famílias mais pobres cresceu em agosto, mais uma vez, em ritmo mais acentuado do que para as famílias de maior rendimento. No acumulado de 12 meses, a inflação da população de renda muito baixa até média-baixa chega a dois dígitos. Em agosto, o Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostra que a inflação das famílias de renda muito baixa e de renda baixa avançou 0,91%. O principal motivo foi a alta dos alimentos, que são mais relevantes na cesta de consumo da parcela mais pobre da população. Com o resultado, a inflação dessas faixas de renda acumula alta de 10,63% e 10,37%, respectivamente, em 12 meses. A inflação das famílias de renda alta, por sua vez, apresentou aumento de 0,78% no mês. Neste caso, a inflação acumulada em 12 meses é de 8,04%. Além do menor peso dos alimentos na cesta de consumo dos mais ricos, essa parcela da população ainda se beneficia, do ponto de vista inflacionário, da menor pressão de preços do setor de serviços. É o caso da educação.

Para calcular as diferentes faixas de inflação, o Ipea constrói uma cesta de bens e serviços tipicamente consumida por famílias mais ricas e mais pobres. A renda muito baixa considerada, por exemplo, é aquela inferior a R$ 1.808,00 por família. É considerado que as famílias com renda média vivem com R$ 4.506,00 a R$ 8.956,00 mensais. Já as famílias com renda alta são as que recebem, somados seus integrantes, mais de R$ 17.764,00 por mês. Os valores têm como base junho de 2021 e o modelo é alimentado pela coleta de preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já a inflação para as famílias da classe média e mais ricas deve acelerar neste fim de ano com a alta dos preços de serviços, ao mesmo tempo em que a inflação para as famílias mais pobres deve estabilizar no atual patamar. O indicador mostrou que a inflação das famílias mais pobres de renda muito baixa e de renda baixa avançou 0,91% em agosto.

O principal motivo foi a alta dos alimentos, mais relevantes na cesta de consumo da parcela pobre da população. Com o resultado, a inflação dessas faixas de renda acumula alta de 10,63% e 10,37%, respectivamente, em 12 meses. A inflação das famílias de renda média e alta avançaram 0,87% e 0,78%, respectivamente. A inflação acumulada em 12 meses foi de 9,46% e 8,04% para esses dois grupos. Além do menor peso dos alimentos na cesta de consumo, as famílias de maiores rendimentos ainda se beneficiam de uma pressão menor da inflação de serviços. Porém, esse quadro deve mudar nos próximos meses. É esperado um avanço mais forte dos preços dos serviços neste último trimestre, categoria com maior peso na cesta de consumo das famílias mais ricas, em comparação às famílias mais pobres. Essa aceleração tem a ver com a reabertura de serviços, como na área de lazer, pacotes turísticos, passagens aéreas, e hotéis.

Esse movimento de recomposição de preços foi percebido em educação. Nos últimos 12 meses, a inflação das famílias de renda alta já sofreu pressões dos reajustes de 41,3% dos combustíveis, de 30,2% das passagens aéreas e de 12,4% dos aparelhos eletroeletrônicos. A área de recreação também deu os primeiros sinais de pressão: a inflação acumulada desse tipo de serviços avançou de 0,07% em janeiro para 5,3% em agosto, pelo indicador acumulado em 12 meses. Existe espaço para reajuste de serviços na medida em que avança a vacinação e recua o número de casos de óbito por Covid-19. Os serviços tendem a voltar com força. Existe também necessidade do setor de repassar os custos da energia elétrica. Os serviços são intensivos no consumo de energia. O custo de vida das famílias mais pobres tem sido pressionado pelo avanço de preços dos alimentos e da energia elétrica. É um movimento que está praticamente esgotado. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.