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14/Set/2021

Como enfrentar a ameaça de estagflação no Brasil

Com a economia estagnada e a inflação disparando, a estagflação volta a ameaçar o dia a dia dos brasileiros. Causado por efeitos inerentes à pandemia de Covid-19, que afetam todas as economias do mundo de forma inédita, o cenário é agravado no Brasil pela estiagem e pela crise política. Para fugir da armadilha, no curto prazo, a elevação dos juros ajudará a arrefecer a inflação a partir de 2022, mas com uma freada na atividade econômica e o desemprego elevado como efeitos colaterais. No longo prazo, a saída passa por estabilizar a crise política e avançar na agenda de reformas. Indicadores recentes já apontam para a combinação de estagnação econômica e inflação. O Produto Interno Bruto (PIB) caiu 0,1% no segundo trimestre, ante os três primeiros meses do ano.

Projeções sugerem que o PIB ficará no zero a zero no terceiro trimestre. Ao mesmo tempo, o IPCA (o índice oficial de inflação, calculado pelo IBGE) acumulado em 12 meses chegou a 9,68% em agosto. Para o Goldman Sachs, é possível que o quadro de inflação alta e crescimento baixo se mantenha por mais alguns trimestres, mas a duração total dependeria do grau de incertezas políticas até as eleições de 2022. Quando essa energia da recuperação da atividade reprimida começar a se exaurir, o País deve voltar ao crescimento medíocre de antes. Segundo a Austin Rating, acelerar o crescimento passa por fazer reformas. Sem melhorar o sistema tributário e retirar tarifas de importação que dificultam a competitividade, os negócios ficam travados. As reformas poderiam atacar também a indexação de contratos, principalmente dos serviços públicos, como a eletricidade, que pioram a estrutura da inflação.

Os contratos de prestadores de serviços públicos têm reajustes baseados nos IGPs, índices muito influenciados pelo atacado e pelo dólar. Assim, a inflação passada contamina a futura, mesmo que a demanda esteja fraca, com a economia estagnada ou em queda. Isso vai gerando uma perda de eficiência do poder de compra do consumidor. A PUC-Rio ressalta que, após o controle de hiperinflação, nos anos 1990, a economia do País entrou num estágio de baixo crescimento com inflação mais elevada do que em outros lugares. O problema é que o Plano Real ficou incompleto, não avançou nas reformas fiscal, tributária e administrativa. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.