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13/Set/2021

Grãos: seca e geadas afetaram a safra 2020/2021

A falta de chuvas e as geadas dos últimos meses frustraram de vez as perspectivas para mais uma colheita de grãos recorde no País. Divulgada na quinta-feira (09/09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a estimativa da safra de 2020/2021 foi reduzida para 251,7 milhões de toneladas, 1% abaixo do desempenho do ano passado. Há ainda a possibilidade de novas reduções nos próximos meses. São cinco meses consecutivos de redução da estimativa da safra. São perdas consolidadas e não tem mais como recuperar o volume recorde de produção. O que pode ocorrer nas próximas revisões é, na verdade, haver perdas um pouco maiores, com ajustes nas estimativas do milho. Se confirmada, a queda na produção de grãos de 2021 será a primeira desde 2018. Naquele ano, a produção de grãos foi de 227,5 milhões, 4,7% abaixo do desempenho do ano anterior.

Mesmo assim, a safra de 2021 será a segunda maior da história, atrás apenas da registrada no ano passado, que somou 254,1 milhões de toneladas. A série histórica tem início em 1975, ano em que a agricultura brasileira produziu 39 milhões de toneladas. O agronegócio brasileiro plantou 68,3 milhões de hectares em 2021, 4,3% a mais em relação ao ano passado. A produtividade, porém, será significativamente menor nas culturas de 2ª safra, com destaque para o milho. O atraso no plantio e na colheita da soja gerou um efeito dominó, que atrapalhou a produção do milho. Como a 2ª safra do milho é plantada somente após a soja ser colhida, aproveitando a mesma área, a “janela” dos produtores foi reduzida, deixando as lavouras mais dependentes de um clima favorável. As chuvas não se confirmaram, então houve uma grande queda no rendimento médio e da produção do milho.

Além do milho, a produção de sorgo deve recuar neste ano, para 2,4 milhões de toneladas, 13,8% menor do que a do ano passado. Como ambos os grãos são usados na composição de ração, os produtores de aves e suínos devem continuar com seus custos pressionados. No mercado internacional, a tendência do preço do milho também é de alta. O custo desses produtores já está bastante pressionado. O milho representa 70% dos componentes da ração de suínos e aves e já vinha com preço elevado. O que poderia amenizar um pouco o preço seria uma safra muito boa, o que não aconteceu. O País já vem buscando importar milho de mercados vizinhos. A produção agrícola nacional não será ainda menor neste ano por causa do bom desempenho da soja. A safra de arroz também foi considerada muito boa neste ano, ao crescer 4,3% em relação a 2020, somando 11,5 milhões de toneladas.

A produção será suficiente para abastecer o mercado brasileiro, possibilitando maior equilíbrio nos preços. Em 2020, o preço do cereal alcançou patamares históricos por causa do aumento do consumo interno, além do crescimento das exportações diante do dólar valorizado. Agora, as expectativas se voltam para os cereais de inverno, especialmente o trigo, outra safra importante para os brasileiros. O grosso da colheita vai ocorrer no fim do ano no Rio Grande do Sul, o maior produtor nacional. Na época da colheita, o trigo pode sofrer com excesso de chuva. Entre as unidades da federação, Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com uma participação de 28,2%, seguido por Rio Grande do Sul (14,9%), Paraná (13,5%), Goiás (9,3%), Mato Grosso do Sul (7,7%) e Minas Gerais (6,1%). Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.