10/Set/2021

Há preocupação no setor produtivo com a possível continuidade da paralisação dos caminhoneiros, que ocorre desde terça-feira (07/09) no País. Os insumos agrícolas para a safra 2021/2022, que é plantada majoritariamente a partir de setembro, já estão comprados, mas boa parte ainda não chegou nas propriedades agrícolas. A expectativa é de que esses problemas se resolvam nesta semana, que questões políticas em momento crítico para o início do plantio da safra, em setembro, sejam resolvidas para não trazerem frustração para safra 2021/2022. Esses insumos (adubos, defensivos e sementes) precisam chegar, porque o vazio sanitário está terminando e há previsão de chuvas. Seria muito bom aproveitar essas chuvas para plantar soja e plantar cedo a 2ª safra de milho de 2022 mais à frente. A logística vinha sendo fator positivo para a expansão do agronegócio brasileiro nos últimos anos, com avanços na condição de infraestrutura.

A Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT) afirmou que a greve dos caminhoneiros preocupa o setor produtivo de Mato Grosso, pois pode atrapalhar o plantio. O País precisa produzir neste momento e a economia precisa andar, especialmente a economia agrícola. Parte dos insumos agrícolas que serão usados no cultivo da temporada 2021/2022 ainda precisa chegar nas fazendas. O produto foi carregado (da indústria) e está na estrada esperando para ser distribuído nas fazendas. Tudo isso, caso não o tempo certo não seja cumprido, representa acréscimo de custo, que corrói a margem que produtor pode ter neste momento. O momento é muito favorável para a safra 2021/2022, com boas perspectivas de preços, sinalização de clima favorável e travamento de custos de insumos. O Brasil não pode ficar à mercê de entrave logístico por embate político. Nesse momento, a economia precisa crescer e o grande auxiliador é agropecuária. Este é o momento para iniciar a safra e é preciso a chegada destes insumos na fazenda.

Outra questão que preocupava o setor produtivo na semana passada era o fato de indústrias de insumos sinalizarem não haver volume suficiente de adubos comprados para serem entregues. De outro lado, a pecuária brasileira, especialmente de aves, suínos, leite e ovos, precisa de uma boa safra de soja e de milho para reequilibrar o abastecimento e reduzir os custos. Os produtores de grãos estão bem, mas os consumidores de grãos estão com margens muito apertadas e em alguns casos negativas. Atrasar a 2ª safra de milho de 2022 tem consequências econômicas e sociais. O consumidor brasileiro será prejudicado por eventual atraso no plantio da safra de grãos. Consumidor este que já enfrenta encarecimento dos produtos pecuários nos supermercados. Espera-se reencontrar com a safra 2021/2022 reequilíbrio no abastecimento. Não se pode pensar em não plantar a safra na janela ideal. Isso é o que vai garantir o bom abastecimento para consumidor brasileiro e, depois, para manter as posições internacionais. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.