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10/Set/2021

Avaliação sobre benefícios de acordo Mercosul-EUA

De acordo com estudo do Instituto Nacional de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), um acordo comercial entre o Mercosul e os Estados Unidos só seria vantajoso para o Brasil se, além de retirar tarifas comerciais, reduzisse também barreiras não tarifárias, como cotas e restrições de quantidade exportada, simplificação de processos aduaneiros e harmonização de regras e requerimentos técnicos. No documento, o instituto faz um exercício que avalia os impactos de um eventual acordo entre o bloco sul-americano e os Estados Unidos. A assinatura de um acordo comercial com os Estados Unidos é um desejo do governo Jair Bolsonaro, mas as negociações ainda não foram iniciadas.

Em outubro do ano passado, a 15 dias das eleições presidenciais norte-americanas, Brasil e Estados Unidos fecharam um pacote comercial com medidas para facilitar o comércio entre os países, desburocratizar a regulação e reduzir a corrupção. O que foi considerado pelos dois governos o primeiro passo para um futuro acordo de livre-comércio. O estudo do Ipea mostra que a redução de 100% das tarifas comerciais entre os países teria um efeito muito pequeno ou até negativo para o Brasil, enquanto se isso for feito combinado com o corte de 25% das barreiras não tarifárias, o impacto seria positivo. Um acordo comercial com o Mercosul focado em redução de tarifas não seria interessante para os Estados Unidos e teria pouco interesse para o Brasil. É necessário que qualquer acordo inclua a redução de barreiras não tarifárias. No primeiro cenário, o PIB brasileiro variaria 0,01% apenas, na comparação com um cenário base em que nenhum acordo é firmado.

Haveria ainda uma subida de 1,27% nos investimentos e de 2,23% nas exportações, com um aumento de US$ 3,901 bilhões no déficit comercial entre os países. No segundo cenário, com a redução de tarifas acompanhada da de barreiras não tarifárias, o aumento no PIB seria de 0,41%, com alta de 5,87% nos investimentos e de 10,41% nas exportações. Haveria, porém, um significativo aumento no déficit comercial entre Brasil e Estados Unidos de US$ 14,3 bilhões. No Brasil, os setores mais beneficiados seriam o de equipamentos de transporte, madeira, couro e sapatos, óleo e gás e produtos metais e minerais. Haveria perdas, no entanto, em setores com uso alto de tecnologia e capital, como eletroeletrônicos, máquinas e equipamentos, químicos, farmacêuticos, têxteis, borracha e plástico. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.