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10/Set/2021

Inflação: índice de agosto mostra IPCA acelerando

De acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (09/09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou agosto com alta de 0,87%, ante um avanço de 0,96% em julho. A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 5,67%. Em 12 meses, o resultado foi de 9,68%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve elevação de 0,88% em agosto, após um avanço de 1,02% em julho. Como resultado, o índice acumulou uma elevação de 5,94% no ano. A taxa em 12 meses ficou em 10,42%. Em agosto de 2020, o INPC tinha sido de 0,36%. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários-mínimos e chefiadas por assalariados. A alta de 0,87% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em agosto foi o maior resultado para o mês desde o ano 2000, quando subiu 1,31%.

O resultado fez a taxa de inflação em 12 meses atingir o maior patamar desde fevereiro de 2016, quando estava em 10,36%. Em agosto de 2020, o IPCA ficou em 0,24%. Como consequência, a taxa acumulada pelo IPCA em 12 meses acelerou de 8,99% em julho para 9,68% em agosto, ante uma meta de 3,75% perseguida pelo Banco Central este ano. O IPCA está acima do teto da meta para este ano, que seria de 5,25%. O grupo Alimentação e bebidas saiu de uma elevação de 0,6% em julho para 1,39% em agosto. O grupo contribuiu com 0,29% para a taxa de 0,87% do IPCA no mês. A alimentação no domicílio acelerou o ritmo de alta de 0,78% em julho para 1,63% em agosto. As famílias pagaram mais pela batata-inglesa (19,91%), café moído (7,51%), frango em pedaços (4,47%), frutas (3,90%) e carnes (0,63%). Por outro lado, ficaram mais baratos a cebola (-3,71%) e o arroz (-2,09%). A alimentação fora do domicílio acelerou de 0,14% em julho para 0,76% em agosto, com aumentos no lanche (1,33%) e na refeição fora de casa (0,57%).

As famílias brasileiras gastaram 0,68% a mais com habitação em agosto, uma contribuição de 0,11% para a taxa de 0,87% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no mês. A energia elétrica subiu 1,10%, após já ter aumentado 7,88% em julho. O resultado de agosto é consequência de reajustes tarifários em Vitória (ES), Belém (PA) e São Paulo (SP). Em agosto, foi mantida em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 9,492 a cada 100 kWh consumidos na conta de luz. As famílias pagaram mais em agosto pelo gás encanado (2,70%) e pelo gás de botijão (2,40%). No gás encanado, houve reajustes tarifários em Curitiba (PR) e Rio de Janeiro (RJ). A taxa de água e esgoto recuou 1,02% em agosto, em decorrência da mudança na metodologia de cobrança das tarifas em Belo Horizonte (MG) a partir de 1º de agosto. Por outro lado, houve reajustes em Recife (PE), Porto Alegre (RS) e Campo Grande (MS).

Os gastos das famílias com transportes passaram de uma elevação 1,52% em julho para 1,46% em agosto, um impacto de 0,31% sobre a taxa de 0,87% registrada no último mês A principal pressão foi dos combustíveis (2,96%). A gasolina subiu 2,80% em agosto, item de maior impacto individual na inflação, 0,17%. As famílias também pagaram mais pelo etanol (4,50%), gás veicular (2,06%) e óleo diesel (1,79%). Houve aumentos ainda nos automóveis usados (1,98%), automóveis novos (1,79%) e motocicletas (1,01%), impactando conjuntamente o IPCA em 0,10%. Alguns produtos e serviços relacionados aos veículos também aumentaram, como o óleo lubrificante (1,74%), pneu (1,43%) e conserto de automóvel (1,09%). Houve altas ainda no transporte por aplicativo (3,06%) e no ônibus intermunicipal (0,62%). As passagens aéreas caíram 10,69% em agosto, uma influência negativa de -0,04% sobre a inflação.

No mês de agosto, houve alta de preços em oito dos nove grupos que integram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A única deflação ocorreu em Saúde e cuidados pessoais, -0,04%. As famílias gastaram mais com Alimentação e bebidas (1,39%), Habitação (0,68%), Artigos de residência (0,99%) Vestuário (1,02%), Transportes (1,46%), Despesas pessoais (0,64%), Comunicação (0,23%) e Educação (0,28%). Todas as 16 áreas pesquisadas apresentaram altas de preços em agosto. O resultado mais brando foi o da região metropolitana de Belo Horizonte - MG (0,43%), enquanto a maior taxa ficou com Brasília -DF (1,40%). O IPCA acumulado em 12 meses já alcança dois dígitos, ou seja, ultrapassou a marca de 10%, em oito regiões: Vitória – ES (11,07%), Curitiba – PR (12,08%), Goiânia – GO (10,54%), Campo Grande - MS (11,26%), São Luís – MA (11,25%), Porto Alegre - RS (10,42%), Rio Branco – AC (11,97%) e Fortaleza - CE (11,20%).

O índice de difusão do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mostra o percentual de itens com aumentos de preços, passou de 64% em julho para 72% em agosto. Foi o maior índice de difusão no ano de 2021. O resultado de agosto foi o mais elevado desde dezembro de 2020, quando o índice de difusão também foi de 72%. A difusão de itens alimentícios saiu de 64,29% em julho para 72,02% em agosto, enquanto a difusão de itens não alimentícios passou de 63,16% para 71,77%. Diversos fatores explicam os aumentos de preços na economia, entre eles a desvalorização do Real e a crise hídrica. Ainda não é possível mensurar se há pressão de demanda sobre a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Diversos fatores podem ter influenciado na aceleração do IPCA. Questões cambiais podem influenciar na aceleração de combustíveis, a crise hídrica influencia na questão da energia elétrica.

O câmbio influencia nas exportações de alimentos, que reduzem a oferta interna. As questões climáticas, como estiagem e geada, também podem ter reduzido a oferta de alimentos, com reflexos sobre preços. As geadas podem ter influenciado especialmente nos itens mais delicados, como frutas e hortaliças. Dentro do índice, a inflação de serviços (usada como termômetro de pressões de demanda sobre a inflação) passou de uma alta de 0,67% em julho para 0,39% em agosto. Já a inflação de itens monitorados pelo governo saiu de 1,68% em julho para 0,95% em agosto. No caso de serviços, além da demanda, vários outros fatores podem influenciar, como repasse de custos, uma vez que energia, gás e combustíveis aumentam. A inflação de serviços acumulada em 12 meses saiu de 3,03% em julho para 3,93% em agosto. A inflação de monitorados em 12 meses passou de 13,49% em julho para 13,68% em agosto.

A gasolina subiu 39,09% nos 12 meses encerrados em agosto, enquanto o etanol aumentou 62,26%. A energia elétrica acumula um aumento de 21,08%. As carnes ficaram 30,77% mais caras nos últimos 12 meses. O gás de botijão aumentou 31,70%. Item de maior peso no IPCA, a gasolina já subiu 31,09% apenas em 2021. Dos oito meses de 2021, sete apresentaram alta na gasolina. Somente em abril houve queda de 0,44% nesse combustível. O preço da gasolina sobe influenciado pelos reajustes aplicados nas refinarias, pela política de preços da Petrobras de paridade de preços internacionais O etanol acumula alta de 40,75% em 2021, enquanto o óleo diesel já subiu 28,02%. Puxado pelos combustíveis mais caros, o grupo Transportes voltou a ter o maior peso no IPCA, ultrapassando o grupo Alimentação e bebidas. O peso de Alimentação e bebidas no cálculo do IPCA saiu de 20,9% em julho para 20,83% em agosto, enquanto o de Transportes passou de 20,76% em julho para 20,87% em agosto. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.