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08/Set/2021

Amazônia: potencial de exploração sem desmatar

Uma cooperativa de 172 pequenos e médios produtores rurais de Tomé-Açu, 240 quilômetros ao sul de Belém, explora recursos naturais da Amazônia. Com um faturamento na casa dos R$ 46,5 milhões anuais, a Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (Camta) produz e vende polpa de frutas, pimenta-do-reino e cacau, sementes oleaginosas para produção de manteigas de cupuaçu e maracujá. A produção é para São Paulo, além de Argentina e Japão. Este ano, apesar da pandemia, a Camta cresceu 15%. Mas o movimento já foi bem maior: em 2015, chegou a R$ 80 milhões. A cooperativa atua com produtores rurais do lugar, gerando emprego e renda. O número de beneficiados chega a 5 mil pessoas.

Conforme Salo Coslovsky, brasileiro que ensina na Universidade de Nova York e pesquisa o tema, há hoje uma cesta de 64 produtos que podem ser explorados na floresta sem provocar danos ambientais. Para o professor, que publicou estudo sobre o tema no site Amazônia 2030, quando é discutido o desenvolvimento econômico na região, se fala na descoberta de moléculas, enzimas e fármacos, escondidos na floresta. Há também o que se chama de agregação de valor, ou seja, processar localmente os produtos. Em vez de vender o óleo, fazer o xampu. Em vez de vender o cacau, produzir o chocolate. E, também, criar um comércio justo, que é a empresa remunerar melhor os fornecedores. Mas o professor acha que é preciso fazer mais e melhor o que já é feito.

Ele analisou bases de dados sobre exportações com ênfase na Amazônia e os comparou com o exterior, verificando quem vende o que e para quem. São 5 mil produtos de um catálogo unificado. Na pesquisa, há 1 mil produtos que a Amazônia já exporta. Dez são os pesos-pesados, como minério de ferro, cobre, alumínio, soja e gado. Mas há uma lista de cerca de 950 em quantidades menores feitos com qualidade. E encontrou 64 que são compatíveis com a floresta em pé - castanha, açaí, cacau, pimenta, dendê, abacaxi, manga, além de temperos, como a pimenta. Segundo o estudo, esses 64 produtos já trazem receita de US$ 300 milhões (R$ 1,5 bilhão) por ano. Segundo ele, o mercado global desses produtos atinge US$ 180 bilhões (R$ 934 bilhões). E a Amazônia brasileira, com 30% das florestas tropicais do mundo, tem participação abaixo de 0,2%. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.