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03/Set/2021

Avaliação de impactos da seca e geada na produção

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou de audiência pública na Câmara dos Deputados, para discutir os impactos da geada e da seca na produção agropecuária, em especial nas lavouras de café e hortifrúti e na pecuária leiteira. O debate semipresencial foi realizado na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) e reuniu representantes do governo e do setor produtivo. A CNA apresentou os impactos de eventos meteorológicos (seca e geada) nas safras de café, milho, feijão e hortaliças. O déficit hídrico promoveu atraso e afetou o desenvolvimento do milho 2ª safra de 2021, que foi agravado pelo impacto das geadas no final do ciclo. O potencial da safra foi reduzido em mais de 22 milhões de toneladas, afetando fortemente a oferta do cereal no mercado.

O café também sofreu déficit hídrico, que somado à bienalidade negativa, provocou a redução de 22% no volume produzido da safra. No entanto, o cenário torna-se mais catastrófico com a cumulatividade do impacto das geadas, que afetarão a safra de 2022. Além dos efeitos climáticos, o aumento dos custos de produção tem contribuído para o estreitamento das margens dos produtores. Os altos preços dos fertilizantes, o aumento dos custos com diesel e energia estão gerando impactos expressivos nos custos, tornando ainda mais desafiador o processo de gestão das propriedades rurais. A entidade apresentou algumas propostas para amenizar os efeitos climáticos e mercadológicos. Uma delas é a gestão de risco. Analisando os dados do seguro rural, o café, as orelícolas e a pecuária ainda têm participação muito incipiente na utilização desse instrumento, principalmente quando se leva em consideração o alto valor agregado, a relevância econômica e principalmente os altos riscos dessas atividades.

É necessário aprimorar os produtos de seguro e garantir recursos para subvenção. Para a horticultura, foi sugerida a criação de um produto de seguro multirrisco e cobertura para eventuais danos às infraestruturas de produção. Para o café, as propostas são criar um seguro paramétrico e multirrisco com cobertura dos danos às plantas e ter modelos que permitam a mensuração adequada de dano em safras seguintes de eventos como geadas, granizo e seca, com um olhar criterioso para as duas espécies: arábica e conilon. Para o milho, a sugestão é incentivar as seguradoras a desenvolver e melhorar produtos de seguro por talhão, para plantio consorciado e milho para silagem e aumentar o percentual de subvenção do milho 1º para aumentar a atratividade do cereal frente à soja e estimular o plantio em importantes regiões consumidoras.

É preciso ir além, aprimorar os modelos meteorológicos e divulgação da informação e atualizar o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC). Ter informações públicas com qualidade, agilidade e acessíveis a todos é o primeiro passo para a assertividade das tomadas de decisão. Com relação às propostas legislativas, a CNA reforçou a importância de o parlamento aprovar a Medida Provisória nº 1.064/2021 e o Projeto de Lei 5.925/2019, que vão contribuir para o reajuste da oferta de insumos para a produção animal. É preciso ter a sensibilidade de entender a peculiaridade do momento e fornecer condições legais para que essas atividades possam ser conduzidas de forma a atender eficientemente a demanda por proteína animal do mercado interno. Fonte: CNA. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.