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03/Set/2021

Efeitos da estiagem serão maiores no 2º semestre

A retração de 2,8% no Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária no segundo trimestre, na comparação com os três primeiros meses do ano, traz os primeiros impactos da estiagem, mas o pior ainda está por vir. Com a seca, já houve revisões para baixo nas projeções para a safra agrícola de 2021, especialmente por causa da produção de milho. Diferentemente do primeiro trimestre, quando a agropecuária, entre outras atividades exportadoras, foi um dos motores da recuperação, não será possível contar muito com o campo para impulsionar a economia até o fim do ano. Os números do segundo semestre do ano serão marcados pelos efeitos da seca em culturas como a cana-de-açúcar, o café, mas, sobretudo, o milho. No início do ano, as perspectivas de mais uma safra recorde sustentavam as apostas de que o agronegócio, que já tinha ficado mais ou menos imune à pandemia em 2020, seria um dos motores da retomada em 2021.

A alta nas cotações das commodities (matérias-primas com negociação internacional) agrícolas estimulou investimentos em tecnologia, maquinário, insumos e no plantio de grãos. No primeiro trimestre, o PIB da agropecuária saltou 6,5% ante o quarto trimestre e avançou 5,2% sobre os três primeiros meses de 2020, impulsionado pela supersafra de soja. O grão foi colhido, só que as chuvas não vieram. A estiagem já se fez sentir no segundo trimestre, mas em menor grau, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O pior está por vir porque a produção de milho, que já pesou negativamente na comparação do desempenho da agropecuária com o segundo trimestre de 2020, não é uma cultura de destaque nesses períodos. A maior parte da produção no Brasil é colhida no segundo semestre, na 2ª safra, que é superior à safra de verão (1ª safra). Para o segundo semestre, o clima é a maior preocupação.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) acompanha com receio os possíveis impactos do clima sobre a safra 2021/2022 com seca na Região Centro-Oeste e a questão hídrica dos reservatórios, que vai aumentar o custo de produção especialmente de aves e pecuária de leite. Conforme o IBGE, o desempenho negativo da produção de café, na comparação do segundo trimestre deste ano com igual período de 2020, também pesou. Os campos de café foram atingidos pelas geadas, mas não foi esse o principal motivo para a contribuição negativa. O ciclo do café é mais longo, passa de um ano. Assim, as safras são marcadas por ciclos bienais, ou seja, anos de forte produção são seguidos por anos de produção mais fraca. Neste ano é de produção mais fraca. Em 2020, a safra de café atingiu recorde histórico. A crise hídrica vai afetar a taxa de crescimento do PIB da agropecuária no ano. Neste ano, é lógico que a agropecuária será prejudicada pelas condições climáticas. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.