01/Set/2021

A BRF, maior exportadora de frangos do mundo, afirmou que enfrenta dificuldades de exportar mais para a Europa por causa da imagem ambiental negativa que tem o Brasil no exterior. Seria possível exportar mais para a Europa, mas é difícil a abertura e as negociações. A abertura e as negociações se tornam mais difíceis porque elas exigem não só a relação empresa ter um produto com qualidade, mas também a relação diplomática entre os países e temas relacionados à sustentabilidade econômica. Isso impede a abertura de algumas portas e quando não se abre algumas portas, a empresa deixa de investir mais e de gerar mais empregos. Segundo a Suzano Papel e Celulose, é inegável que o mundo conviveu e irá conviver com barreiras comerciais e subsídios locais. Isso é inevitável. Mas, agora, está sendo criado mais um parâmetro em relação a isso, que é a questão ambiental. A Europa acabou de criar um imposto específico para alguns setores, que é uma taxação de carbono.

Isso é mais uma barreira comercial. A Europa traveste isso de questão ambiental, mas é uma questão comercial, de proteção da indústria local. Se o Brasil obtiver uma performance na questão ambiental, não terá mais essa barreira sendo colocada para suas exportações. Porém, essa questão ainda para o setor de papel e celulose, que está protegido pela questão ambiental por ser sequestrador de carbono hoje. Não só a Suzano, mas outras empresas do setor também estão na mesma situação. O Brasil deveria ter direito a um prêmio verde. O Brasil é um país que poderia prestar serviços ambientais para o mundo e, com esses recursos, resolver a questão social, onde há uma desigualdade social que precisa de recursos para endereçar esse problema. Para o Banco Safra, o aumento custo crédito lá fora para as empresas brasileiras por conta da má política ambiental brasileira. Começa a haver o aumento do crédito porque tem investidor que não quer vir para o Brasil.

O problema se avoluma mais quando se trata da própria Amazônia. As empresas estrangeiras se afastam da Amazônia por entender que tudo ali é muito complicado. Então, os investimentos para criar emprego e financiar outras atividades na Amazônia são afastados. Cumprir as leis e estar certo é fundamental. Não somente na Amazônia, agora tem uma ameaça de que outros setores vão também sofrer retaliações. A Europa acabou de botar um custo da fronteira. Então, a empresa pode estar importando uma coisa que foi produzida sem nenhuma pegada de carbono, mas se ela vem de um país que emite muito, haverá um imposto extra, o que inviabiliza a negociação, pois o produto fica mais caro que o produto do concorrente. A sustentabilidade não é só uma questão existencial, mas uma algo que no curto prazo vai atingir todas as empresas e atrapalhar o emprego de todos os brasileiros. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.