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30/Ago/2021

Rio Paraguai está secando em meio às queimadas

À pior crise hídrica que atinge a Região Centro-Sul do Brasil em 91 anos, soma-se um ritmo acelerado de focos de incêndio no Pantanal, um dos mais ricos e importantes biomas do País. Neste ano, a área queimada já ultrapassa a média histórica para o período de janeiro a agosto. Isso, antes da chegada do mês em que os casos devem atingir seu pico: setembro. Em 2020, o número de focos de fogo no bioma bateu todos os recordes históricos. Segundo o Instituto do Homem Pantaneiro, os incêndios no Pantanal estão diretamente ligados ao regime de cheia dos rios. Áreas que eram alagadas periodicamente antes, agora não são mais. Esses casos, agora, estão escalonando muito mais rápido. As mudanças no Rio Paraguai são notórias. No Porto de Corumbá, de onde partem pequenos barcos de passeio e chalanas turísticas, além de haver reunião de pescadores locais, uma praia com trechos de até 40 metros divide a parte baixa da cidade do rio.

Na margem oposta ao porto, o que se vê agora são os restos das casas de alguns ribeirinhos e barcos queimados. Há uma semana, um incêndio atingiu o local devastando a área. Não se sabe quantos animais foram mortos. Cobras e pequenos répteis carbonizados se escondem sob uma camada espessa de fuligem e troncos queimados. Na quarta-feira (25/08), alguns deles, como jabutis, retirados no dia do incêndio, foram soltos novamente no local pelos técnicos do Instituto do Homem Pantaneiro. No porto, a procura por passeios também cai. Os reflexos na biodiversidade serão logo sentidos, apontam os especialistas. Por ora, jacarés, ariranhas, garças e socós retornam aos poucos. O nível baixo da água torna mais fácil ver alguns deles nas margens queimadas do Rio Paraguai. Os resultados de levantamento da plataforma MapBiomas deixa o problema ainda mais visível. Em 30 anos, 15,7% da superfície de água do Brasil desapareceu.

Mato Grosso do Sul foi o Estado mais afetado, 57% de todo o recurso hídrico foi perdido desde 1990. Essa redução ocorreu basicamente no Pantanal. No período, 75% da água do bioma sumiu. Por quanto tempo o próprio Pantanal irá resistir ainda é duvidoso e preocupa pesquisadores e ambientalistas. A seca afeta a pescaria, pois muitos peixes morrem. Na quinta-feira (26/08), o tempo começou a mudar no Pantanal. Uma frente fria derrubou a temperatura de um dia para o outro de 37°C para 20°C. A previsão meteorológica e as nuvens sobre a mata prenunciam que a chuva vai chegar e aliviar os focos de incêndio que ainda restam na região. A boa notícia, ainda não confirmada, porém, não vem sozinha. Se alivia o fogo, piora a situação do rio e dos peixes. A chuva vai lavar e carregar toda essa fuligem que está na beira do rio e levar tudo para dentro da água. Isso vai diminuir o oxigênio no Rio Paraguai e mais peixes vão morrer. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.