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30/Ago/2021

EUA diz que planos de "tapering" estão em curso

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, afirmou, na sexta-feira (27/08), que a maioria dos dirigentes da instituição concorda que, caso a economia continue a evoluir conforme antecipado, seria apropriado começar a reduzir o ritmo das compras de ativos neste ano. A declaração foi dada durante discurso no Simpósio de Jackson Hole, no qual havia expectativa sobre comentários de Powell a respeito desse processo de "tapering" nas compras de bônus. Powell afirmou que o Fed tem dito que continuará suas compras de ativos no ritmo atual até que ocorra mais progresso substancial rumo às metas de máximo emprego e estabilidade de preços. Segundo ele, mais progresso substancial já foi atingido na inflação. Além disso, tem ocorrido claro progresso rumo ao máximo emprego. Nesse contexto, a posição da maioria sobre o "tapering" ainda neste ano era majoritária entre os dirigentes na reunião de julho, comentou Powell, citando ainda que essa também era a avaliação dele sobre o tema.

O presidente do Fed, porém, também mencionou que houve uma disseminação maior da variante Delta da Covid-19 nos Estados Unidos. O comando do Fed avaliará com cuidado os dados por vir e os riscos no quadro. Mesmo após as compras de ativos terminarem, a carteira elevada de ativos de longo prazo continuará a apoiar condições financeiras acomodatícias. Jerome Powell, ressaltou que os requisitos para uma elevação de juros nos Estados Unidos são mais rigorosos do que aqueles para o início da gradual redução nas compras de bônus ("tapering"). O ritmo do "tapering" é algo dissociado da decisão sobre alta de juros. O momento e o ritmo da redução por vir nas compras de ativos não pretendem dar um sinal direto em relação ao momento da elevação da taxa de juros, para a qual há um teste diferente e substancialmente mais rigoroso. Será mantido o nível atual dos juros até que a economia atinja condições consistentes com o máximo emprego, e a inflação tenha atingido 2% e estiver no caminho para superar moderadamente 2% por algum tempo.

Há um longo caminho até atingir o máximo emprego, e o tempo dirá se será possível atingir a inflação em 2% em uma base sustentável. O discurso Jerome Powell sugere que os planos para o "tapering", como é conhecido o processo de retirada de estímulos, seguem em curso. A dúvida agora é sobre quando começará o ciclo de alta na taxa básica de juros. Isso dependerá dos dados e implicitamente em função do caminho de saída da pandemia e rumo ao novo normal. Chama a atenção o trecho da fala em que Powell dissociou os requisitos para o fim de compras de ativos dos de aumento dos juros. Também é destaque a declaração dele de que há ainda há muito caminho a seguir antes do pleno emprego. Jerome Powell voltou a argumentar que o avanço recente da inflação nos Estados Unidos deve se mostrar um fenômeno temporário, embora tenha dito que não é possível garantir isso. A rápida reabertura da economia causou um impulso nos preços, com leituras recentes bem acima da meta de longo prazo de 2%.

Ele admitiu que a inflação nesses níveis é uma fonte de preocupação. Mas, voltou a argumentar que há sinalizações de que esse movimento é temporário. De qualquer modo, voltou a garantir que, caso a inflação se torne uma "preocupação séria", o Fed agirá para contê-la. Powell disse que não há até agora pressões disseminadas e de base ampla sobre a inflação. O salto nos preços foi concentrado em um conjunto limitado de bens e serviços, afetados diretamente pela pandemia de Covid-19 e pela reabertura. Há ainda fatores como a base de comparação, com quedas acentuadas anteriores e recuperação agora, por exemplo, em preços de reservas de hotéis, mencionou. Esses efeitos perderão fôlego adiante. Segundo ele, começa a ser vista uma moderação nos preços em alguns casos de produtos afetados pela dinâmica da pandemia e da reabertura, como, por exemplo, os preços de carros usados, que parecem ter se estabilizado.

E afirmou ainda ser improvável que a inflação sobre bens duráveis deve continuar a contribuir de modo significativo para a inflação em geral. Sobre os salários, disse ver pouca evidência de que avanços nestes possam ameaçar em demasia a inflação. Powell afirmou ainda que as expectativas de inflação de mais longo prazo estão em geral consistentes com a meta de 2% do Fed. As expectativas de inflação no mais longo prazo mudaram menos do que as de curto prazo, destacou, sugerindo que as empresas e pessoas continuam a pensar que a inflação elevada atual deve ser transitória. O presidente do Fed ainda lembrou que há uma prevalência de forças desinflacionárias no mundo, ao longo dos últimos 25 anos, que devem continuar a pesar sobre a inflação. Ele citou que, desde os anos 1990, a inflação nas economias avançadas tem ficado abaixo de 2%, por questões como tecnologia, demografia e o compromisso dos bancos centrais em manter a estabilidade dos preços. Ele afirmou que continua a esperar criação forte de empregos nos Estados Unidos, no quadro atual de reabertura econômica.

Ao mesmo tempo, porém, mencionou a variante Delta da Covid-19 como um risco de curto prazo, monitorado pelo Fed. Segundo ele, no quadro atual, a política monetária está bem-posicionada, mas o Fed está pronto para ajustar a política conforme apropriado, para atingir suas metas. Powell citou o avanço na vacinação, a reabertura de escolas e o fim de benefícios de auxílio-desemprego como fatores que devem apoiar o mercado de trabalho. Embora a variante Delta seja um risco de curto prazo, as perspectivas são boas por um progresso continuado rumo ao máximo emprego. O discurso do presidente do Federal Reserve (Fed) deixa claro que o banco central norte-americano tem a intenção de começar o "tapering" ainda neste ano. Mais informações devem ser dadas apenas após a próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc), em setembro, quando os dirigentes poderão avaliar a economia diante da variante Delta antes de sinalizar em qual mês se inicia a redução da compra de ativos. Powell demonstrou estar focado em reforçar que o desenvolvimento recente da inflação se dá por fatores transitórios. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.