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27/Ago/2021

PIB da Agropecuária em 2021 revisado para baixo

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o crescimento do PIB do setor agropecuário em 2021 foi revisto de 2,6% (previsão feita em junho) para 1,7%, representando o 5º ano consecutivo de crescimento do setor, o único a não apresentar redução em 2020. O ajuste nas projeções foi motivado, principalmente, pela redução nas estimativas de produtividade e produção de culturas importantes (como a do milho), em virtude dos impactos climáticos adversos da ocorrência de um fenômeno La Niña mais severo nesta safra, e pela piora do cenário para a produção de bovinos. No valor adicionado da produção vegetal em 2021, a alta de 2,7% foi revisada para 1,7%. Ainda assim, o desempenho positivo foi sustentado pelas altas nas produções de soja (+9,8%), trigo (+36,0%) e arroz (+4,1%).

Isso compensou as quedas estimadas para as demais culturas: milho (-11,3%), cana-de-açúcar (-3,2%) e café (-21,0%). O rendimento do milho em 2021, em especial, foi muito prejudicado pelo atraso na colheita da soja, que retardou o plantio da segunda safra, ficando dependente de chuvas tardias que não ocorreram. Na produção animal, a previsão de alta foi revista de 2,5% para 1,8%, com crescimento para todos os segmentos, com exceção da produção de bovinos, com queda de 1,0%. Há expectativa de desempenho positivo na produção das demais proteínas: suínos (+7,7%), frangos (+3,9%), leite (+3,1%) e ovos (+4,5%). No caso dos suínos, o bom desempenho está relacionado com o forte crescimento das exportações para a China este ano.

A previsão para 2022 foi realizada com base nas primeiras informações disponibilizadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para os segmentos da produção vegetal e previsões do Grupo de Conjuntura do Ipea para a produção animal. É estimado crescimento de 3,3% no PIB do setor, com crescimento de 3,9% na produção vegetal e de 1,8% na produção animal. De acordo com a Conab, há expectativa de manutenção do bom desempenho da produção de soja, que deverá bater novo recorde em 2022, e de boa recuperação de culturas como milho e algodão, após a forte queda projetada para este ano. Além disso, o abate de bovinos deverá, enfim, registrar recuperação após dois anos consecutivos de queda. É esperada uma recuperação da oferta de bovinos no ano que vem, tendo transcorrido tempo suficiente para a recomposição do rebanho após o pico em 2019.

Os principais riscos da projeção de crescimento estão relacionados aos efeitos climáticos sobre a produção vegetal e ao atraso na retomada dos abates de bovinos. Todavia, os modelos climáticos apontam um fenômeno La Niña mais brando na segunda metade do ano, com chuvas mais regulares nas culturas de verão e temperaturas mais amenas no inverno. O levantamento continuará sendo realizado com base nas estimativas do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e em projeções próprias para a pecuária a partir de dados da Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, da Produção de Ovos de Galinha e Leite. Nesta edição, as estimativas são da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para previsões de 2022. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.