27/Ago/2021

Empresas de todos os ramos e portes precisam cada vez mais internalizar como cultura organizacional as questões socioambientais, pois é isso que vai garantir a sobrevivência de seus negócios. Executivos do Bradesco, da Minerva Foods, da Grape ESG e do Youth Climate Leaders (Lideranças Jovens para o Clima) concordaram que o primeiro passo para o desafio da agenda sustentável é envolver todo o corpo da empresa, desde o nível mais alto até o “chão de fábrica”, com a criação de conselhos, diretorias executivas, comitês e grupos de atuação para desenvolver estratégias transversais. A Minerva Foods comentou a estratégia da empresa de monitoramento de toda sua cadeia de fornecedores diretos para coibir o desmatamento ilegal e proteger terras indígenas.

A empresa adotou tecnologia de sensoriamento remoto. Hoje, são mais de 14 milhões de hectares monitorados em todo o Brasil. Até 2030, a Minerva espera ter todos os países da América do Sul também monitorados 100%. Os elos indiretos, que são os criadores de gado, recebem consultoria da empresa sobre manejo de pasto e cuidado com o solo, que se traduzem em sustentabilidade da ocupação territorial. O Bradesco explicou como age para priorizar empréstimos e investimentos a empresas que seguem os critérios de ESG. Há um departamento focado em risco ambiental e governança, e toda identificação de algum potencial assunto controverso de um cliente que possa trazer risco para a imagem do banco, e principalmente para a sociedade, é avaliada e, se for o caso, vetada.

Coletar resultados dessas práticas é algo de médio prazo e, se a empresa não estiver comprometida, vai abandonar o processo no meio do caminho. O papel da Grape é mostrar como a empresa consegue, com a transição para a economia de baixo carbono, resolver problemas estruturais e ter benefícios. É ensinar a empresa a integrar o sistema na sua cadeia de valor, um trabalho que envolve consultoria e estratégias que não sejam só de gaveta. Com o público jovem cada vez mais antenado e interessado no tema ESG, o Youth Climate Leaders treina e conecta jovens para trabalharem em áreas de sustentabilidade. Os jovens estão sendo conscientizados dessa problemática, mas não sabiam o que fazer.

No Brasil, a rede já reúne mais de 500 jovens que participam de cursos e ações sobre estratégias e oportunidades, sejam para voluntariado ou para seguir carreira na área. A meta é chegar a 1 milhão de jovens envolvidos até 2030. Os jovens demandam mudanças mais rápidas. As empresas que quiserem ter em seus quadros os melhores profissionais terão de se comprometer com projetos de carbono neutro. A humanidade usa hoje 70% a mais de recursos naturais do que a Terra consegue repor; se houvesse uma cota anual do que é possível retirar do planeta e do que ele consegue repor, essa cota anual teria acabado em agosto e, daí para frente, já estamos “vermelho”. A tendência é conseguir cada vez mais usar menos energia e menos recursos naturais. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.