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26/Ago/2021

Grãos: clima desfavorável eleva os preços globais

A perspectiva de aperto na oferta mundial por grãos, em parte, em virtude do clima quente e seco nas principais regiões produtoras dos Estados Unidos, está elevando os preços de alimentos básicos, como milho e trigo. As estimativas da expedição de safra Pro Farmer Crop Tour, que percorreu lavouras do Meio Oeste dos Estados Unidos na última semana, apontam para rendimentos menores em algumas regiões, por causa do clima adverso. A renda agrícola, que já vinha sendo prejudicada pela paralisação imposta pela pandemia do novo coronavírus em 2020, agora pode ficar ainda mais comprometida pelo clima desfavorável nas lavouras. Segundo dados do Monitor de Secas dos Estados Unidos, o calor extremo está prejudicando grande parte do país. Os estados de Dakota do Norte e Minnesota, em particular, estão experimentando baixas quase recordes na umidade do solo, de acordo com levantamento da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA). Como resultado, muitas safras plantadas nesta primavera estão murchando.

63% da safra de trigo da primavera dos Estados Unidos está em condições ruins ou muito ruins, ante 6% nesta mesma época do ano passado, de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). O mau tempo fez com que o USDA reduzisse suas expectativas para a produção da safra dos Estados Unidos em 2021, o que, por sua vez, está diminuindo os estoques domésticos. No mais recente relatório mensal de oferta e demanda global do USDA, a agência fixou os estoques finais de milho, trigo e soja em seu nível mais baixo desde 2013. Para técnicos que acompanharam o Pro Farmer Crop Tour, o impacto da seca é claro. Os contratos futuros de grãos na Bolsa de Chicago têm um ano volátil, atingindo níveis quase recordes em maio. Os preços podem subir ainda mais se as condições climáticas não colaborarem. Os ingredientes para um mercado altista estão sustentados pela demanda firme à medida que os mercados internacionais sobem. O clima ruim também está afetando as lavouras dos grãos em outros importantes produtores mundiais.

No mês passado, o Conselho Internacional de Grãos (IGC) cortou a previsão para as safras globais de grãos na safra 2021/2022 em 6 milhões de toneladas, de 2,301 bilhões para 2,295 bilhões de toneladas. No Brasil, a 2ª safra de milho de 2021 foi reduzida significativamente por causa da seca. A temporada do milho 2ª safra de 2021 é projetada em 60,3 milhões de toneladas, ante 75,1 milhões de toneladas em 2020. Quanto à Rússia, as safras de trigo também estão sendo prejudicadas pelo clima seco, fazendo com que os analistas cortem as perspectivas para a produção de cereal no país. O USDA fixou a previsão para o trigo russo em 72,5 milhões de toneladas, uma queda de 12,5 milhões de toneladas em relação à estimativa de julho, mas bem abaixo das estimativas fornecidas por outras empresas que monitoram a região. Nesta temporada, o clima seco observado em julho e uma menor área plantada prejudicaram a safra russa. A empresa russa de pesquisa agrícola SovEcon disse que a umidade do solo nas regiões de cultivo de trigo no país estava nos níveis mais baixos em mais de uma década. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.