25/Ago/2021

O Ministério da Agricultura reconhece que há um problema no Brasil com números crescentes de desmatamento. É preciso diferenciar o problema real que o País enfrenta no tocante ao desmatamento do problema da imagem. Existe outro problema maior que é a percepção no exterior dessa situação (de desmatamento). No imaginário popular europeu, a Amazônia está queimando e estão extraindo madeira no coração da Amazônia. O desmatamento é um problema que ocorre no Bioma Amazônico, especialmente no norte de Mato Grosso e no sul do Pará. É um problema localizado e sobre o qual o presidente Jair Bolsonaro se comprometeu de terminar até 2030. É uma meta ambiciosa, o governo está empenhado em traçar um caminho para chegar em 2030 sem desmatamento ilegal. Entre as ações do Ministério da Agricultura na contribuição do alcance da meta, foi citado que o maior desafio é a regularização fundiária.

Grande parte do desmatamento ilegal ocorre em terras devolutas, terras que não têm propriedade. Em terras regularizadas, há o Código Florestal rigoroso que arbitra. Sobre as críticas externas, focadas no desmatamento e nos incêndios na Floresta Amazônica, o Ministério da Agricultura defende que são uma tentativa de impor barreiras comerciais à exportação do agronegócio brasileiro. Há preocupação do governo com recortes que são feitos no exterior sobre o desmatamento ilegal. O Mapa está atento a esses movimentos que estão ocorrendo em temas sensíveis como, por exemplo, a iniciativa de due diligence (diligência prévia) do Reino Unido (sobre a importação de commodities) e a implantação do "Farm to Fork" da União Europeia (para sustentabilidade alimentar). São iniciativas que podem ter impacto na competitividade das exportações agrícolas brasileiras.

A pressão internacional sobre as questões ambientais, sobretudo da União Europeia, ganhou força após a conclusão do acordo bilateral entre o Mercosul e o bloco europeu. Existem países que desde o princípio mostram apoio ao acordo como Portugal, Espanha e Itália. Há outros países que expressam contrariedade e usam a questão ambiental como pretexto para não avançar na implementação do acordo. De toda forma, o governo afirma estar ciente da necessidade de em reverter o desmatamento ilegal, mas há dúvida se resolvido esse impasse surgirão outras dificuldades para travar o avanço do acordo. A agricultura brasileira é muito competitiva e é normal esse tipo de reação por parte de alguns países que querem defender seus sistemas ineficientes e seus modelos tradicionais. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.