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25/Ago/2021

Pantanal: área queimada supera média histórica

Os incêndios no Pantanal já consumiram 261 mil hectares de campos e matas, valor maior do que a média histórica para o período de janeiro até 21 de agosto: 248 mil hectares. Isso mesmo antes de chegar o mês em que é esperado o pico de queimadas, setembro. A constatação é do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). No mesmo período do ano passado, que bateu todos os recordes de incêndios na região, foram perdidos 1.356 milhão de hectares. Cada hectare equivale a um campo de futebol. A informação inicial era até de que os níveis de área queimada neste ano haviam ultrapassado os registrados em 2020. De acordo com o laboratório, o erro se deu em decorrência de falhas ocorridas no sistema de acesso ao repositório de imagens da Nasa.

Tais falhas interferiram na transmissão fidedigna e em tempo real dos dados do Alarmes (o sistema desenvolvido pela Lasa), levando o sistema a ficar fora do ar momentaneamente e causando a leitura não atualizada dos dados. Segundo a Secretaria do Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul, houve uma grande aceleração das queimadas no ano passado, no período de agosto a outubro. Este ano, já alcançou esses números praticamente sem ter, ainda, entrado no período mais crítico, o que é bastante preocupante. Grande parte dos incêndios aconteceu no Território Indígena Kadiweu, no município de Porto Murtinho. Só na reserva, houve a queima de mais de 92 mil hectares este ano. No ano passado, não chegou a 3 mil.

O território indígena soma cerca de 500 mil hectares, ou seja, o fogo queimou quase 20% da área. O Estado vive a seca mais severa na história, com chuvas abaixo da média há quatro anos. Há um regime de chuvas extremamente baixo e toda a bacia do Paraná está com alto grau de risco. No Pantanal, o Rio Paraguai e outros rios estão extremamente baixos, as lagoas estão secas e a umidade do ar também é muito baixa. Para complicar, as geadas queimaram a vegetação e as pastagens, deixando biomassa seca, com possibilidade de queima fácil. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Ministério da Ciência e Tecnologia, apontam que o número de focos de incêndio no Estado todo neste ano é menor do que no ano passado.

Foram 1.674 até agora, ante 4.354 no mesmo período de 2020. Aeronaves trabalham de forma permanente no combate. Já foram contratadas 500 horas de voo com recursos próprios e serão contratados mais 900 horas com verba do governo federal. Em 2020, segundo o Instituto SOS Pantanal, os incêndios destruíram 4 milhões de hectares, equivalentes a 26% do bioma nos dois Estados: Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Essa área equivale a 26 vezes a cidade de São Paulo. As chamas causaram um desastre ambiental sem precedentes, com a morte de animais ameaçados, como a onça-pintada. Os rios pantaneiros foram contaminados pela deposição de cinzas e fuligem. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.