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20/Ago/2021

Cenário favorável a exportadores de commodities

As empresas que apresentaram bons resultados no primeiro semestre, beneficiadas pela recuperação da China e dos preços das commodities, vão enfrentar agora um período de acomodação nos números financeiros dada a correção dos valores no mercado internacional. Mesmo assim, a expectativa é de ganhos relevantes, já que o preço do minério de ferro de ferro deve se equilibrar em um patamar acima da média histórica dos últimos anos. Na quarta-feira (18/08), o preço da commodity negociado em Qingdao, na China, fechou em queda de 4,58%, cotado a US$ 153,39 por tonelada, o menor nível desde 3 de fevereiro. Os preços das ações da Vale e da CSN, por exemplo, mostraram altas representativas neste ano e estão cedendo com a queda do minério de ferro, o que é natural. Mas, mesmo com o preço nesta faixa de US$ 150,00 por tonelada, o preço médio no ano ainda pode ficar em US$ 200,00 por tonelada.

Os valores no terceiro trimestre devem ficar nesta faixa de US$ 150,00 por tonelada e tendem a subir no quarto trimestre para uns US$ 190,00 por tonelada. A BHP assustou o mercado com a sua mensagem de probabilidade crescente de cortes severos da produção de aço da China neste ano. O governo chinês, alegando a necessidade de redução dos índices de poluição, está pressionando as siderúrgicas para a redução da produção de aço, mas não se sabe até quando essa estratégia deve continuar. Os estoques estão acabando e logo mais o governo da China terá que voltar às compras. O país sofreu recentemente um colapso com enchentes, e a variante Delta está atrapalhando algumas regiões também. Reduzir a atividade pode ser uma estratégia de curto prazo que pode pressionar para baixo o preço do minério de ferro e do aço. Mas, há dúvidas sobre até quando a China vai conseguir manter está estratégia. O início de redução de liquidez na economia mundial traz mais incertezas aos preços das commodities.

As empresas aproveitaram esse período de recuperação da China e dos preços das commodities e, agora, vão enfrentar uma certa acomodação nos resultados dado que os preços estão passando por uma correção. Mas, o efeito cambial pode compensar a queda no preço das commodities. A piora no cenário macro brasileiro, que leva à desvalorização do Real, pode ajudar os exportadores que vendem produtos em dólar. É possível identificar na bolsa brasileira o resultado do arrefecimento do ímpeto chinês, tanto de mineradoras quanto de siderúrgicas, como Usiminas e CSN, que agora tem uma divisão de minério separada, mas por ser verticalizada sofre algumas implicações. Nos últimos anos, com o produto siderúrgico em baixa no País e capacidade ociosa grande, perto dos 40%, as siderúrgicas passaram a dar mais atenção para as atividades de mineração. Quando a commodity está mais forte, as receitas são maiores, e a queda no preço em seguida acaba prejudicando.

Mas, as siderúrgicas podem ser beneficiadas pela redução do custo do minério na produção, que acaba sendo um problema também. Mesmo com a queda, o preço do nível do minério de ferro na China ainda está acima do padrão dos últimos anos. Dois terços da venda de minério de ferro e pelotas da Vale vão para a Ásia, boa parte para a China. Se tem importação menor para os grandes players como a Vale, BHP e a Rio Tinto, isso não é bom. Mas, é preciso ver como a demanda chinesa vai se comportar. A Gerdau fica fora do problema porque tem menos contato com a China (40% da receita vem dos Estados Unidos e outros 40% de Brasil e o restante de América Latina e parte da Europa). A porção da China nessa conta é bem menor. A Usiminas, diz, tem 80% das receitas provenientes do Brasil e pode também não sofrer tanto. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.