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17/Ago/2021

Pandemia afetando a renda per capita das famílias

De acordo com estimativa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), além da inestimável perda emocional, as mortes por Covid-19 já enxugaram a renda potencial das famílias em R$ 14,3 bilhões por ano. Esse é o ganho que as pessoas de 20 anos ou mais que não resistiram à doença teriam, caso seguissem recebendo suas remunerações. Diferentemente da queda de renda provocada pela perda de um emprego, que pode ser recuperada no futuro, com novos empregos ou aumentos de salário, esses valores precisarão ser recompostos por outros membros das famílias, colocando-as sob o risco da pobreza. Os cálculos do foram atualizados no dia 12 de agosto, quando o total de mortos por Covid-19 estava em 557 mil. Isso significa que a segunda onda da pandemia, que já matou mais neste ano do que a primeira em 2020, elevou as perdas da renda potencial em 180%.

A versão inicial do estudo, de janeiro, calculava as perdas em R$ 5,1 bilhões, levando em conta o número de mortes registradas até meados de janeiro. Há muitas pessoas desempregadas, mas esse contingente não necessariamente será capaz de substituir no mercado de trabalho aqueles que morreram. Sem contar a questão humanitária. É um desastre. A escalada da pandemia neste ano, agravada em março e abril, não mudou o padrão de concentração das perdas financeiras em São Paulo e no Rio de Janeiro. Dos R$ 14,3 bilhões enxugados em rendimentos das famílias, R$ 5,8 bilhões foram perdidos nos dois Estados. São Paulo somou uma perda de R$ 4,2 bilhões, cerca de 30% de toda a renda potencial perdida. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a renda per capita vai ser, ainda que marginalmente, afetada por essas pessoas que se foram e deixaram de gerar renda.

E aquelas outras pessoas que dependiam da renda desses familiares e cônjuges vão ficar mais pobres. A estimativa da FGV considerou a massa de rendimentos mensais totais das pessoas falecidas, incluindo aposentadorias. A perda prematura de aposentados afeta especialmente as famílias mais pobres, que muitas vezes têm na aposentadoria dos mais idosos uma importante fonte de renda. No primeiro trimestre de 2021, três em cada dez lares brasileiros viviam sem nenhuma renda do trabalho, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Devido à crise, a proporção de domicílios sem renda de trabalho passou de um quarto, no primeiro trimestre de 2020, para quase um terço, no primeiro trimestre de 2021. Tem muitos casos em que os idosos moram com filhos e netos. A perda dessa aposentadoria nem sempre dá direito à pensão, então, isso pode afetar o rendimento domiciliar dos mais vulneráveis. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.