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12/Ago/2021

Varejo: vendas de alimentos registraram recuos

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as vendas do comércio varejista caíram 1,7% em junho ante maio, na série com ajuste sazonal. Na comparação com junho de 2020, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo subiram 6,3% em junho. As vendas do varejo restrito acumularam crescimento de 6,7% no ano e alta de 5,9% em 12 meses. Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas caíram 2,3% em junho ante maio, na série com ajuste sazonal. Na comparação com junho de 2020, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram alta de 11,5% em junho. As vendas do comércio varejista ampliado acumularam aumentos de 12,3% no ano e de 7,9% em 12 meses. As vendas do comércio varejista caíram 1,7% em junho ante maio, na série com ajuste sazonal. Na comparação com junho de 2020, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo subiram 6,3% em junho.

As vendas do varejo restrito acumularam crescimento de 6,7% no ano e alta de 5,9% em 12 meses. Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas caíram 2,3% em junho ante maio, na série com ajuste sazonal. Na comparação com junho de 2020, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram alta de 11,5% em junho. As vendas do comércio varejista ampliado acumularam aumentos de 12,3% no ano e de 7,9% em 12 meses. O índice de média móvel trimestral das vendas do comércio varejista restrito teve alta de 1,2% em junho. No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, o índice de média móvel trimestral das vendas registrou alta de 1,6% em junho. O IBGE revisou o resultado das vendas no varejo em maio ante abril, de uma alta de 1,4% para uma elevação de 2,7%. A variação de abril ante março foi moderada de um salto de 4,9% para um avanço de 2,5%.

As revisões anunciadas na Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) também melhoraram o desempenho de março. As vendas do varejo restrito passaram de uma queda de 3,0% sobre fevereiro para um recuo de 1,4%. No varejo ampliado, a taxa de maio ante abril foi revisada de um avanço de 3,8% para um avanço de 3,2%. Com a queda de 1,7% em junho ante maio, as vendas do varejo restrito fecharam o segundo trimestre com alta de 3,0% ante os três primeiros meses deste ano. O movimento foi de recuperação, já que, no primeiro trimestre, houve uma queda de 4,4% sobre o quarto trimestre de 2020. Com isso, as vendas do varejo restrito fecharam o primeiro semestre com queda de 2,7% ante o segundo semestre de 2020. Na segunda metade do ano passado, as vendas saltaram 10,3% ante o 1º semestre, num movimento de recuperação após o ‘fundo do poço’ da crise causada pela Covid-19.

O primeiro semestre de 2021, de certa forma, "espelhou", em menor magnitude, o cenário de 2020, quando a primeira metade do ano teve desempenho abaixo do segundo semestre de 2019. Já as vendas do varejo ampliado, que incluem também os segmentos de veículos e materiais de construção, fecharam o segundo trimestre com alta também de 3,0% sobre os três primeiros meses do ano. O desempenho se seguiu a uma queda de 3,5% sobre o quarto trimestre de 2020. A queda de 1,7% nas vendas do varejo restrito em junho ante maio mostra que o comércio varejista não tem conseguido manter os níveis recordes atingidos em outubro e novembro de 2020, em meio à retomada frente os piores momentos da crise causada pela Covid-19. Nos primeiros meses de 2021, os níveis recordes de vendas de outubro e novembro de 2020 se tornaram insustentáveis por causa de novas restrições ao funcionamento das lojas, por causa da pandemia.

Ao longo do segundo trimestre, porém, as restrições foram sendo reduzidas. Tanto que, em junho, 4,9% dos empresários entrevistados na PMC relataram impacto do isolamento social como motivo para a queda na receita, menor nível de 2021, e apenas o segundo maior desde março de 2020, perdendo apenas para dezembro de 2020, com 3,5%. Mesmo assim, após duas altas expressivas em abril (2,5% ante março) e maio (2,7% sobre abril), a retomada dos níveis recordes de outubro e novembro voltou a se tornar insustentável em junho. A queda de 1,7% ante maio foi a maior para meses de junho, nessa base de comparação, desde 2002, quando houve recuo de 2,0%. Esse crescimento de dois meses, na margem (na variação antes meses imediatamente anteriores) já estava se aproximando desse nível recorde (de outubro e novembro) e, depois, há esse rebatimento em junho. Em junho, o que impediu a aproximação do nível de vendas do varejo dos níveis recordes de outubro e novembro de 2020 foram fatores do lado da demanda, em vez das restrições ao funcionamento das lojas.

O que seria necessário para um crescimento de maio para junho nas vendas do varejo seria um aumento da capacidade das famílias de consumir. A alta das taxas de juros, a inflação pressionada e o desemprego elevado, seguraram o ímpeto de consumo das famílias. Em junho, já foi possível ter alguns sinais de aumento de juros. Na medida em que os juros começam a crescer, o crédito também começa a diminuir. Sobre as pressões inflacionárias, chama atenção a comparação do desempenho do volume de vendas com o da receita das empresas do comércio. Enquanto o volume de vendas do varejo restrito registrou a queda de 1,7% em junho ante maio, a receita nominal de vendas avançou 1,5% no mesmo período. Essa invertida, no valor nominal, também tem esse fenômeno de pressões inflacionárias. O mercado de trabalho também tem certa importância na moderação da capacidade de consumo das famílias. Com o desemprego elevado, a renda das famílias também passa por dificuldades. Cinco das oito atividades que integram o varejo restrito registraram quedas nas vendas em junho ante maio.

Entre as atividades, as maiores quedas foram verificadas nos segmentos de Tecidos, vestuário e calçados (-3,6%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-3,5%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,6%) e Combustíveis e lubrificantes (-1,2%). O segmento de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo registrou queda de 0,5% nas vendas de junho ante maio. Na contramão, as atividades que tiveram crescimento no volume de vendas na passagem de maio para junho foram Livros, jornais, revistas e papelaria (5,0%), Móveis e eletrodomésticos (1,6%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,4%). Considerando, além das oito atividades investigadas no varejo restrito, os dois segmentos que integram o varejo ampliado, as vendas de Veículos, motos, partes e peças registrou queda de 0,2% sobre maio e as de Material de construção avançaram 1,9%. Seis das oito atividades que integram o varejo restrito registraram avanços em junho de 2021 ante junho de 2020. Entre as atividades, os destaques de alta foram Tecidos, vestuário e calçados (61,8%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (22,6%), Livros, jornais, revistas e papelaria (17,1%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (13,1%) e Combustíveis e lubrificantes (11,4%).

Também houve alta nas vendas do segmento de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (3,3%). Na contramão, dois setores tiveram recuo no indicador interanual: Móveis e eletrodomésticos (-5,3%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-3,0%). As quedas nas vendas dos supermercados nos últimos meses, na comparação com iguais meses de 2020, se deve à base de comparação. Diferentemente de vários outros segmentos do varejo, os supermercados e demais varejistas de alimentos registraram altas de vendas mesmo nos piores meses da crise causada pela Covid-19. Considerando, além das oito atividades investigadas no varejo restrito, os dois segmentos que integram o varejo ampliado, as vendas de Veículos e motos, partes e peças saltaram 33,1% ante junho de 2020, enquanto as de Material de construção avançaram 5,3% na mesma base de comparação. No agregado, as vendas do varejo ampliado cresceram 11,5% ante junho de 2020. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.