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10/Ago/2021

Amazônia: desmate cai, mas é 2º maior em 6 anos

Segundo os mais recentes dados do Deter, sistema de alerta do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ligado ao Ministério da Ciência São Paulo, o desmatamento acumulado entre agosto de 2020 e julho deste ano na Amazônia teve queda de 5,79%, em relação ao ano anterior, que registrou recorde. Dessa forma, foi o segundo maior registro do governo Jair Bolsonaro. Com os dados divulgados no dia 6 de agosto, é possível ver o consolidado dos últimos 12 meses, equivalente ao período usado pelo sistema Prodes, responsável pelo balanço anual e pelos dados oficiais do governo. A área de 8.712 Km² registrada em alertas de desmate do Deter coloca o período 2020/2021 atrás apenas dos 9.216 Km² desmatados entre agosto de 2019 e julho do ano passado, conforme os números dos últimos seis anos, que configuram a série histórica. No Brasil e no exterior, a gestão Bolsonaro tem sido alvo de críticas por causa da alta do desmatamento e de incêndios. Há entraves na fiscalização ambiental.

Em 2019 e 2020, a média de processos com multas pagas por crimes que envolvem a vegetação nos Estados da Amazônia Legal despencou 93% na comparação com a média dos quatro anos anteriores. Segundo a WWF-Brasil, os números falam por si: em três anos de governo Bolsonaro, são três recordes de desmatamento na Amazônia. Todos os brasileiros já estão sentindo as consequências dessa política da destruição: o aumento da conta da luz, o risco de falta de água e as dificuldades do homem do campo com suas lavouras têm relação com uma Amazônia cada vez mais perto do seu limite. O governo federal foi procurado para comentar os números e a Assessoria de Comunicação Social informou que há “dados divergentes” e destacou a queda de 5% na área de alerta mensal de desmatamento, se comparar os períodos de 1º de agosto de 2019 a 31 de julho de 2020 e 1º de agosto de 2020 a 31 de julho de 2021.

Com relação a desmatamento, cuja série histórica iniciou em 1988, o levantamento oficial é realizado pelo Inpe, só que por meio do Projeto Prodes. No último ano de referência do Prodes, que se estendeu de 1º de agosto de 2020 a 31 de julho de 2021, houve um total de 11.088 Km² de área de desmatamento, correspondente a 20,02% abaixo da média histórica de 13.862,85 Km², afirmou o governo. No caso do Cerrado, onde vivem 5% dos animais e plantas do planeta, os dados de alertas Deter indicam 5.102 Km² desmatados entre agosto de 2020 e o último mês, um crescimento de quase 24% em relação ao ano anterior (2019-2020). Maranhão, Bahia e Tocantins lideram o ranking dos Estados com maior área desmatada no último ano. Assim como o desmatamento da Amazônia, a destruição do Cerrado tem sérias consequências para o Brasil: o bioma desempenha papel essencial no apoio ao ciclo da água, já que é fonte de 8 das 12 bacias hidrográficas do País.

O desmatamento contínuo reduz as chuvas e aumenta as temperaturas locais, colocando também em risco a vegetação remanescente e a produção de alimentos. Às vésperas do sexto relatório científico do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), os dados de desmatamento da Amazônia e do Cerrado colocam o Brasil na contramão do que é preciso fazer para combater a emergência climática, já que essa destruição ambiental é também a principal fonte das emissões de gases de efeito estufa. O Brasil é o sexto maior emissor do planeta. Enquanto o desmatamento aumenta, PIB, renda per capita, nível educacional, saúde infantil e expectativa de vida no Brasil recuam. O que também cresceu nos últimos anos foi o desemprego e a desigualdade social. Fonte: Agência Estado. Adaptado por Cogo Inteligência em Agronegócio.